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Eles transformaram a principal dor dos supermercados em negócio — e vão faturar R$ 24 milhões

Helppi aposta em tecnologia e impacto social para conectar varejo e trabalhadores sob demanda

Daniel Anderson e Fabio Manzini, sócios fundadores da Helppi: “Com este investimento, vamos avançar na tecnologia que conecta empresas e trabalhadores" (Helppi/Divulgação)

Daniel Anderson e Fabio Manzini, sócios fundadores da Helppi: “Com este investimento, vamos avançar na tecnologia que conecta empresas e trabalhadores" (Helppi/Divulgação)

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 23 de setembro de 2025 às 12h06.

Última atualização em 23 de setembro de 2025 às 15h49.

Poucos setores enfrentam um desafio tão persistente quanto a escassez de mão de obra quanto os supermercados. Líderes do varejo brasileiro, movimentaram R$ 658,6 bilhões em 2024, o equivalente a 52,6% do faturamento das 300 maiores varejistas do país, segundo o IRTT. Mas, ao mesmo tempo, acumulam um déficit de 350 mil vagas abertas, de acordo com a Abras.

É justamente nesse gargalo que a Helppi encontrou espaço para crescer. Fundada em 2020 por cinco sócios, entre eles Daniel Anderson (CEO) e Fábio Manzini (CRO), a plataforma de trabalho sob demanda já intermediou 1,2 milhão de horas de trabalho, preencheu mais de 200 mil vagas e faturou R$ 8 milhões em 2024. Agora, mira crescer 200% em 2025, superando a marca de R$ 24 milhões em faturamento.

“A Helppi nasceu para resolver uma dor real do varejo. Enquanto milhares de vagas seguem abertas e comprometem a operação das redes, conseguimos oferecer uma solução rápida, inclusiva e eficiente, que conecta empresas e profissionais em até 24 horas”, afirma Anderson.

Como funciona a Helppi

A Helppi conecta empresas do varejo e de bens de consumo a profissionais autônomos, os chamados helppers. Hoje, já são mais de 5.000 pessoas ativas na plataforma, distribuídas em 12 estados e no Distrito Federal.

Pelo aplicativo, as redes solicitam trabalhadores com perfis específicos e, do outro lado, os helppers escolhem as oportunidades que se encaixam em seus horários e interesses. Funções que antes demoravam até 45 dias para serem preenchidas agora podem ser ocupadas em até 24 horas.

As demandas mais comuns incluem repositores, empacotadores, estoquistas, embaladores, operadores de carga, promotores de produtos, pickers e shoppers, funções essenciais para manter a operação de supermercados e varejistas em ritmo acelerado.

A proposta caiu no gosto de grandes nomes do setor. Hoje, a empresa atende clientes como Pão de Açúcar, iFood, Daki e Zé Delivery, além de expandir sua atuação em um número crescente de unidades dos principais supermercados e varejistas do país.

Mais do que eficiência, a Helppi aposta no impacto social. A plataforma atende profissionais de 18 a 75 anos, que recebem treinamento gratuito, remuneração semanal e seguro de vida, além da liberdade de escolher quando e onde trabalhar. Para muitos, a Helppi representa não apenas uma renda extra, mas a chance de conseguir uma contratação definitiva — prática que a startup, inclusive, incentiva.

A flexibilidade também abre espaço para públicos que enfrentam barreiras no mercado formal. “Além de não impedir que nossos clientes contratem os Helppers de forma definitiva, estimulamos essa prática”, reforça o CEO.

Aportes e investimento em tecnologia

Outro diferencial está no perfil dos investidores. A Helppi tem atraído executivos com histórico de liderança no varejo e no ecossistema de startups, como Hugo Bethlem (Instituto Capitalismo Consciente Brasil), Mauro Negrete (investidor de Mercado Bitcoin e Quinto Andar) e Reynaldo Saad (ex-Deloitte).

“Sempre buscamos investidores que trazem não apenas capital, mas também experiência e rede de relacionamentos para acelerar nosso desenvolvimento”, diz Anderson.

A startup já havia captado R$ 1 milhão em rodadas anteriores e agora acaba de concluir um novo aporte de R$ 5 milhões, liderado por Marcio Castilho e Alin Irimie (fundadores da KnowBe4, unicórnio americano de cibersegurança) e por Ricardo Galli, CEO da BRX.

O capital será direcionado ao aprimoramento do algoritmo de matching entre empresas e profissionais, além de sustentar a expansão nacional.

“Com este investimento, vamos avançar na tecnologia que conecta empresas e trabalhadores, garantindo mais eficiência, capilaridade e impacto social numa escala cada vez maior”, diz Anderson.

Com a escalabilidade tecnológica, a Helppi já mira novos setores além dos supermercados, como farmácias e logística, igualmente pressionados pela escassez de mão de obra. A ambição é se consolidar como uma peça-chave para resolver uma das maiores dores do varejo brasileiro.

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