Djefrei Pasch e André Oliveira, da Motorista PX: expansão acelerada na esteira dos desafios logísticos do Brasil (Divulgação/Divulgação)
Editor de Negócios e Carreira
Publicado em 14 de fevereiro de 2025 às 11h12.
A PX, startup brasileira de logística, alcançou um crescimento expressivo nos últimos cinco anos. Fundada em 2019 por André Oliveira e Djefrei Pasch, a empresa faturou 180 milhões de reais em 2024, mais do que o dobro dos 69 milhões de reais de 2023.
O avanço foi impulsionado por um crescimento acelerado, que mantém uma média de quase 20% ao mês. A estratégia de conectar motoristas de caminhão autônomos a transportadoras por meio de uma plataforma digital tem se mostrado bem-sucedida, mas o caminho até esse sucesso foi desafiador.
O modelo da PX é simples: conectar motoristas autônomos, que não possuem caminhão próprio, a empresas de transporte que precisam de mão de obra. Funciona como uma plataforma de economia compartilhada, semelhante a serviços de transporte por aplicativo, mas focada no transporte de cargas.
O motorista pode escolher onde e quando trabalhar, e a transportadora tem acesso a motoristas qualificados sem precisar arcar com a compra e manutenção de caminhões.
Segundo André Oliveira, CEO da PX, o modelo atende uma necessidade real do setor.
"O mercado de transporte é muito sazonal, e as transportadoras precisam de flexibilidade. Nosso modelo entrega essa liberdade, permitindo que as empresas ajustem sua força de trabalho conforme a demanda. E para os motoristas, isso significa mais liberdade e a oportunidade de escolher o trabalho que se encaixa na sua vida", diz Oliveira.
O crescimento da plataforma se deu de forma exponencial. Desde sua primeira rodada de investimentos, há três anos e meio, a PX cresceu 346 vezes – o equivalente a um aumento de 34.600% — o que fez a empresa figurar no ranking EXAME Negócios em Expansão, o anuário das empresas que mais crescem no Brasil.
Na edição de 2024, que analisou os balanços financeiros dos dois anos anteriores, a PX ficou em quinto lugar entre as empresas que mais expandiram receita operacional líquida no grupo de negócios de 30 a 150 milhões de reais.
Esse avanço acelerado não veio apenas por investimento e estratégia, mas também pelo boca a boca entre motoristas e transportadoras.
"O aumento do uso acontece de forma orgânica e muito forte porque as transportadoras e motoristas percebem a oportunidade que a PX oferece. A recomendação livre fez nossa base crescer de maneira exponencial", explica Oliveira.
A PX já é uma presença consolidada no Brasil. Com mais de 300 mil motoristas cadastrados e mais de 25 mil transportadoras parceiras, a empresa atua em todos os estados do país, com maior concentração no Sul e Sudeste. O faturamento, que em 2020 era de apenas 10 milhões de reais, saltou para 180 milhões de reais em 2024.
Esse crescimento é impulsionado pela alta demanda por motoristas qualificados. Em um mercado onde há uma escassez de motoristas – estima-se que o Brasil tenha um déficit de 150 mil a 200 mil profissionais –, a PX preenche essa lacuna ao oferecer uma plataforma acessível e sem custos fixos para os motoristas, que se tornam empreendedores autônomos.
A PX se destaca pela possibilidade que oferece aos motoristas de trabalhar como autônomos, sem os custos e obrigações de ser proprietário de um caminhão. Isso é especialmente atraente para motoristas aposentados ou mais jovens que buscam uma fonte de renda extra sem compromisso fixo.
A empresa também oferece oportunidades de qualificação contínua por meio de sua plataforma de treinamentos, a Academia PX, que já formou mais de 58 mil motoristas e ajudou a reduzir acidentes e infrações de trânsito.
Djefrei Pasch, cofundador da PX, reforça o impacto do modelo da empresa:
"Criamos uma solução que traz benefícios para todos os lados. O motorista ganha mais, tem mais liberdade, e a transportadora consegue otimizar seus custos e reduzir os riscos. No final, todo o setor se beneficia."
Além disso, a PX tem sido capaz de oferecer remuneração acima da média do setor. Os motoristas podem ganhar até 40% a mais do que a média do mercado, o que representa uma melhoria significativa para aqueles que dependem do transporte de cargas para sua renda.
O modelo de negócios da PX é disruptivo no setor de logística, não apenas por conectar motoristas e transportadoras, mas também por mudar a forma como a profissão de motorista é vista. Em um setor onde os motoristas muitas vezes são vistos como parte invisível da cadeia logística, a PX busca dar visibilidade e valorização à profissão.
"A profissão de motorista sempre foi vista como um trabalho subvalorizado", explica André Oliveira. "A PX tem como objetivo mudar essa percepção e garantir que o motorista seja tratado com o respeito que merece. Nossa missão é melhorar a vida desses profissionais e mostrar o valor que eles têm para a economia."
A PX também teve um impacto social relevante ao ativar motoristas desempregados e aposentados, que agora podem contar com uma fonte de renda flexível sem os custos de um caminhão. Para os motoristas que já estavam aposentados ou com uma renda mais baixa, o modelo da PX oferece uma forma de voltar ao mercado de trabalho sem perder a flexibilidade que muitos buscam após a aposentadoria.
Outro aspecto importante do impacto social da PX é sua atuação em relação ao bem-estar dos motoristas. Além dos treinamentos, a empresa também desenvolveu um produto voltado para a saúde dos motoristas: o "Pulsar", um energético natural sem açúcar e sem corantes, desenvolvido para ajudar na circulação e reduzir os efeitos negativos de substâncias artificiais consumidas por motoristas ao longo das longas jornadas nas estradas.
A PX, que foi reconhecida no ranking EXAME Negócios em Expansão na categoria de faturamento entre 30 milhões e 150 milhões de reais, se prepara para continuar sua trajetória de crescimento em 2025. A empresa planeja atingir 350 milhões de reais em faturamento e expandir ainda mais sua base de motoristas e transportadoras parceiras.
A meta também inclui a criação de 200 novas vagas para colaboradores, além de novos produtos e serviços voltados para motoristas mulheres.
A previsão de crescimento está relacionada ao modelo flexível e econômico da PX, que, segundo os sócios, entrega benefícios tanto para motoristas quanto para transportadoras.
"Nosso modelo é vantajoso para todos os envolvidos. Transportadoras reduzem custos e riscos, e motoristas ganham mais e têm mais autonomia. Isso nos coloca em uma posição única no mercado", diz Djefrei Pasch.
O ranking EXAME Negócios em Expansão é uma iniciativa da EXAME e do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME). O objetivo é encontrar as empresas emergentes brasileiras com as maiores taxas de crescimento de receita operacional líquida ao longo de 12 meses. Em 2024, a pesquisa avaliou as empresas brasileiras que mais conseguiram expandir receitas ao longo de 2023. A análise considerou os negócios com faturamento anual entre 2 milhões e 600 milhões de reais.
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