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Eles criaram um negócio de R$ 300 milhões na área mais cobiçada de Balneário Camboriú

A Aya Empreendimentos investiu na praia do Estaleiro, uma área rodeada de mata nativa a poucos quilômetros do centro da 'Dubai brasileira'. Com baixa densidade e arquitetura integrada à natureza, a empresa atrai compradores em busca de privacidade

Guilhermo Zonta e Alan Eccel, sócios da Aya (Felipe Andrade/Growth Global/Divulgação)

Guilhermo Zonta e Alan Eccel, sócios da Aya (Felipe Andrade/Growth Global/Divulgação)

Leo Branco
Leo Branco

Editor de Negócios e Carreira

Publicado em 15 de fevereiro de 2025 às 08h03.

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Balneário Camboriú se consolidou como um dos mercados imobiliários mais aquecidos do Brasil. Conhecida pelos prédios mais altos do país, a cidade atrai investidores com empreendimentos verticais de alto padrão.

Mas, a poucos quilômetros da orla central, uma nova aposta começa a ganhar força: imóveis horizontais cercados pela Mata Atlântica.

Essa é a proposta da Aya Empreendimentos, fundada por Guilhermo Zonta e Alan Eccel. A empresa investiu R$ 300 milhões em projetos na Praia do Estaleiro, uma das últimas áreas preservadas da região.

Com casas de até 530 metros quadrados e condomínios de baixa densidade, a incorporadora busca atrair um público disposto a pagar até R$ 3,5 milhões para morar longe dos arranha-céus.

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“O centro de Balneário cresceu muito rápido, mas o Estaleiro sempre teve um zoneamento restrito. Foram dez anos de discussões até definir o que poderia ser construído aqui”, afirma Zonta.

A área, considerada uma APA (Área de Preservação Ambiental), permite apenas construções baixas e limita a ocupação a 40% dos terrenos. Esse modelo cria empreendimentos mais exclusivos, voltados para quem busca privacidade e contato com a natureza.

Maquete virtual de empreendimentos da construtora Aya na praia do Estaleiro, em Balneário Camboriú (SC): nada de arranha-céus

 A estratégia por trás do crescimento

A Aya Empreendimentos nasceu da experiência de Zonta como empresário da gastronomia e morador do Estaleiro.

Dono de restaurantes como Luca Bistrô e Luca Cantina, ele acompanhou por anos o desenvolvimento da região.

Quando o zoneamento foi aprovado, decidiu investir na compra de terrenos ao lado do sócio Alan Eccel, que já atuava na construção civil e no comércio exterior.

A estratégia foi criar projetos que respeitassem as regras locais e, ao mesmo tempo, diferenciassem a empresa no mercado imobiliário.

“Não faz sentido replicar no Estaleiro o modelo de Balneário Camboriú. Quem compra aqui quer uma experiência diferente”, diz Zonta.

Com isso, a Aya adotou três princípios para seus empreendimentos:

  1. Baixa densidade – Os projetos ocupam menos da metade do terreno, garantindo espaços amplos e privacidade entre as unidades.
  2. Arquitetura integrada à natureza – A empresa contratou o arquiteto argentino Luciano Kruk, especialista em construções de concreto aparente, e o escritório Burle Marx, referência em paisagismo.
  3. Foco em personalização – Os compradores podem adaptar os imóveis, escolhendo detalhes como acabamentos e configuração dos espaços.

O primeiro grande projeto da incorporadora foi o Aya Casas, um condomínio com 14 residências exclusivas.

Cada unidade tem entre 389 e 530 metros quadrados, distribuídos em três pavimentos. Algumas contam com rooftop, piscina privativa e área gourmet. As vendas começaram há dois meses, com previsão de entrega para os próximos três anos.

Além disso, a empresa já desenvolve um novo empreendimento, ainda não lançado, que seguirá o mesmo conceito de exclusividade, mas com uma proposta voltada para clientes que preferem apartamentos menores.

“Nosso objetivo é entender qual produto o bairro demanda e testar diferentes formatos”, afirma Eccel.

O Estaleiro como nova fronteira imobiliária

A Praia do Estaleiro está se tornando um polo de investimentos imobiliários. Localizada a 15 minutos do centro de Balneário Camboriú, a região se diferencia pelo modelo de ocupação controlada.

Ao contrário da Praia Central, onde prédios ultrapassam os 200 metros de altura, o Estaleiro mantém um padrão de construções baixas e espalhadas.

Esse perfil atrai um público diferente. Muitos compradores vêm de grandes cidades e buscam uma segunda residência mais reservada.

Há também quem troque de vez os apartamentos da Praia Central por casas no Estaleiro, sem abrir mão da proximidade com a infraestrutura urbana.

O crescimento da região ganhou impulso com a criação de um novo plano diretor, que estabeleceu regras claras para construções.

“O Estaleiro sempre foi uma área preservada, mas sem uma regulamentação bem definida. Isso impedia que o mercado se desenvolvesse”, explica Zonta.

Com as novas diretrizes, a prefeitura liberou alvarás de construção e investimentos começaram a chegar.

Nos últimos anos, grandes incorporadoras passaram a comprar terrenos na região. Novos projetos incluem casas de alto padrão, condomínios exclusivos e empreendimentos assinados por arquitetos renomados. “O Estaleiro virou um bairro de obras de arte arquitetônicas”, diz Zonta.

A valorização imobiliária segue a tendência. Os primeiros empreendimentos lançados na região já registram alta nos preços, e a expectativa é que os valores continuem subindo nos próximos anos.

Ilustração de empreendimento da Aya em Balneário Camboriú (SC): aposta em imóveis de alto luxo

Perspectivas para o futuro

Com um VGV (Valor Geral de Vendas) projetado em R$ 300 milhões, a Aya Empreendimentos pretende consolidar sua presença no Estaleiro antes de expandir para outras regiões.

A empresa já tem novos projetos em aprovação na prefeitura e acompanha oportunidades em áreas vizinhas, como Estaleirinho e Taquaras.

Para os próximos anos, o foco continua sendo o desenvolvimento de produtos diferenciados. Além do Aya Casas, a construtora pretende lançar condomínios menores e até mesmo empreendimentos com estrutura de lazer ampliada.

“A ideia é oferecer opções para diferentes perfis de clientes, sempre mantendo o padrão de exclusividade”, afirma Eccel.

A Praia do Estaleiro segue como um dos mercados imobiliários mais promissores de Balneário Camboriú. Enquanto os arranha-céus continuam dominando a orla central, a região cresce com um modelo oposto: construções de baixo impacto ambiental e foco na qualidade de vida.

Para Zonta e Eccel, esse é o diferencial que pode transformar a área em um novo polo de alto padrão no litoral catarinense.

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