Negócios

Eles ampliaram a receita do negócio deles em 13x desde 2018 e já faturam R$ 400 milhões

Renê Almeida e João Lima são sócios da Voke, empresa de locação e revenda de equipamentos de informática de São Paulo e que, em pouco mais de cinco anos, já conquistou mais de 2.000 clientes

Renê Almeida e João Lima, da Voke: aposta em locação de equipamentos de informática (Douglas Costanzo/Divulgação)

Renê Almeida e João Lima, da Voke: aposta em locação de equipamentos de informática (Douglas Costanzo/Divulgação)

Leo Branco
Leo Branco

Editor de Negócios e Carreira

Publicado em 20 de junho de 2023 às 12h26.

Última atualização em 20 de junho de 2023 às 14h18.

Os empreendedores paulistanos Renê Almeida e João Lima vêm demonstrando a importância de um alinhamento de interesses entre investidores e gestores para um negócio ter saltos de crescimento.

O que os search funds

A dupla é fundadora do 220 Capital, uma gestora pioneira no Brasil nos chamados search funds, uma modalidade de investimento na qual um grupo de pessoas físicas e instituições aloca recursos num negócio só — e mantém o dinheiro ali por um período de 10 a 15 anos, um tempo suficiente para o negócio decolar. 

Os donos dos search funds costumam estar envolvidos no dia a dia da operação e, como também colocam capital próprio na jogada, são obrigados a estarem atentos o tempo inteiro aos indicadores da operação. 

Ou seja, estão com o skin in the game, como diz o jargão do mercado financeiro.

Ao que tudo indica, Lima e Almeida já conquistaram o suficiente para os investidores da 220 Capital abrirem um sorrisão de felicidade.

Os dois tiveram a ideia de montar um veículo de investimento desse tipo na sala de aula. Ambos foram alunos do IE Business School, uma das principais escolas de negócio do mundo. 

Sediada em Madri, o IE tem um dos melhores cursos de MBA no mundo em função da ênfase em temas ligados ao universo de empreendedores.

Como foi a busca por um negócio

Desde a abertura do 220 Capital, em 2017, os dois mapearam investidores abertos à tese dos search funds em São Francisco, Los Angeles e Boston, três dos principais hubs de tecnologia dos Estados Unidos. De lá para cá, a dupla levantou 500.000 dólares na empreitada.

Depois de resolvida a questão do funding, os dois olharam para mercados promissores para fazer render o dinheiro captado.

"O racional foi o de buscar oportunidades transversais, presentes em vários ramos de atuação e capazes de gerar um salto nas receitas de um negócio", diz Almeida.

Por que a TI virou uma oportunidade

Olhando aqui e ali para as dores de lideranças das empresas, ambos entenderam a área de TI como um gargalo perene. 

Dia sim, outro também, alguém haverá de reclamar da lentidão dos computadores da empresa em que trabalha e da falta de mouses ou headphones para fazer videochamadas.

Tudo isso tem sido agravado pelo trabalho híbrido e a perda de relevância dos lugares fixos de trabalho em escritórios cada vez mais com cara de coworkings. 

A aposta dos dois é na locação de equipamentos de informática — laptops, mouses, servidores e por aí vai — como um hábito em ascensão em empresas de todos os portes.

A estratégia de Lima e Almeida foi a de comprar negócios com atuações complementares dentro do mercado de locação de hardwares — e ir juntando as operações de modo a garantir redução de custos com sinergias e ganhos de escala.

Como foi a expansão da Voke

A primeira investida veio em 2019, com a aquisição de 100% da Agasus, uma locadora de infraestrutura de tecnologia da informação na época com quase duas décadas de atuação.

No ano seguinte, os empresários entraram no mercado de revenda de equipamentos seminovos com a compra da JR1 Informática, uma empresa fundada em 2013 e que, a partir de então, passou a se chamar Agasus Seminovos.

Em 2021, o Grupo comprou a Microcity, aberta em 1984 e na ocasião líder do segmento de hardware as a service, ou HaaS

A junção das três empresas, já devidamente integradas, deu origem à Voke, marca adotada no começo de 2023 para os negócios do grupo numa referência ao verbo em inglês provoke, de provocar.

De 2018 para cá, o faturamento das empresas lideradas por Lima e Almeida aumentou 13 vezes — de pouco mais de 30 milhões de reais para 400 milhões de reais no ano passado. 

"E, tendo como base em contratos fechados nos últimos meses, a projeção é de receitas de 600 milhões de reais em breve", diz Lima.

Quem são os clientes

Entre os 2.000 clientes estão negócios de grande porte de setores variados, como:

  • Pague Menos
  • Whirlpool
  • PicPay
  • Brinks
  • Hypera
  • Riachuelo
  • HDI

Elas representam 48% das receitas. Os outros 52% são PMEs — por ali, negócios com até 500 equipamentos estão dentro dessa categoria.

Entre as metas da empresa está a locação de 1 milhão de notebooks até 2030. 

Por ora, os sócios não planejam entrar em novos setores de atuação — nem saírem da Voke.

"Só 5% das empresas brasileiras alugam algum equipamento de informática", diz Lima. "Há ainda muita oportunidade pela frente só abrindo mais frentes dentro do que já estamos fazendo."

Acompanhe tudo sobre:Cabeça de empreendedorEmpreendedoresEmpreendedorismoServiços de informática

Mais de Negócios

Toyota investe R$ 160 milhões em novo centro de distribuição logístico e amplia operação

A ALLOS é pioneira em sustentabilidade de shoppings no Brasil

Os segredos da Electrolux para conquistar a preferência dos brasileiros há quase um século

Você já usou algo desta empresa gaúcha que faz R$ 690 milhões — mas nunca ouviu falar dela