Thais Matoszko e Leonardo Gasparin, da CUB: empresa já participou de 400 projetos imobiliários em três anos
Repórter
Publicado em 17 de setembro de 2025 às 06h50.
Última atualização em 17 de setembro de 2025 às 08h07.
No Brasil, o mercado imobiliário sempre foi considerado um dos mais tradicionais e resistentes à transformação digital. Desde o primeiro tijolo colocado até a chave na porta, os processos, especialmente os financeiros, são lentos e afetam tanto as empresas envolvidas quanto o cliente final.
Em 2022, um grupo de empreendedores decidiu buscar uma solução para pelo menos uma parte desse problema complexo. Juntos criaram a CUB, uma fintech que quer facilitar o jeito como o setor imobiliário cobra e recebe pagamentos. Agora, a startup acaba de levantar US$ 5,5 milhões (aproximadamente R$ 30 milhões na cotação atual) em uma rodada Série A, liderada pelos fundos Alexia Ventures e Upload Ventures.
A jornada da CUB começa quatro anos antes — e em outra startup. Leonardo Gasparin, ex PontoFrio.com, e Thais Matoszko, ex Tok&Stok, abriram a startup 1m2 em 2018 na tentativa de digitalizar a compra e venda de terrenos.
A plataforma de lances online não cresceu muito, impactada pela pandemia e um mercado congelado. Ao mesmo tempo, mostrou aos fundadores que o mercado imobiliário realmente carecia de tecnologia, transparência e inovação.
“O setor estava muito aquém em termos de digitalização e governança”, afirma Gasparin. A startup foi vendida para um grupo de investidores, e a dupla se juntou a Fábio Coutinho (Neemu, de ferramentas de busca para e-commerce e adquirida em 2015 pela Linx) e Lucas Zago (Linx, de software de gestão para varejo recentemente adquirida pela Totvs) para encontrar uma nova solução para o setor.
Fundada em 2022, a CUB desenvolveu uma plataforma para automatizar a cobrança, conciliação bancária e análise de dados financeiros, focada em resolver as dores do mercado imobiliário.
Além disso, a fintech criou o CUB Capital, uma ferramenta que permite às empresas antecipar os recebíveis.
Se, por exemplo, uma loteadora vendeu um terreno em 240 parcelas ao longo de 20 anos, ela pode usar a CUB para "vender" esse direito de recebimento futuro e pegar o dinheiro adiantado.
Assim, conseguem desbloquear o capital necessário para novos projetos. "É um dos maiores desafios da indústria", diz Matoszko.
Até hoje, a fintech já ajudou mais de 400 projetos imobiliários em todo o Brasil, gerenciando 77 mil contratos e movimentando R$ 600 milhões em transações.
Com o aporte de US$ 5,5 milhões, a CUB planeja expandir a base de clientes, melhorar a integração com sistemas ERP e expandir principalmente o CUB Capital. Assim, mais loteadoras e incorporadoras terão acesso ao crédito.
"Com esse novo aporte, vamos fortalecer nossa presença em mercados estratégicos e continuar a construir a infraestrutura", afirma Gasparin.
Além disso, a fintech está preparada para aumentar seu time e lançar novas ferramentas financeiras, como ferramentas mais avançadas de monitoramento de recebíveis e governança.