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Eleição deve ter impacto limitado sobre fusões e aquisições

Compradores podem aproveitar a moeda mais fraca e os preços mais baixos dos ativos para fechar alguns negócios


	Acordos: operações de fusões e aquisições devem ganhar ritmo nos primeiros meses do ano e desacelerar na segunda metade do ano
 (Getty Images)

Acordos: operações de fusões e aquisições devem ganhar ritmo nos primeiros meses do ano e desacelerar na segunda metade do ano (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 2 de janeiro de 2014 às 13h57.

São Paulo - O cenário de instabilidade devido às eleições presidenciais de outubro e possível turbulência dos mercados globais não deve atrapalhar a atividade de fusões e aquisições no Brasil em 2014, com compradores aproveitando a moeda mais fraca e os preços mais baixos dos ativos para fechar alguns negócios.

As operações de fusões e aquisições devem ganhar ritmo nos primeiros meses do ano e desacelerar na segunda metade do ano, avaliam especialistas. Grupos de private equity estão capitalizados e continuarão a buscar oportunidades, aproveitando que os preços de algumas companhias recuaram.

Segundo executivos de grandes bancos de investimentos consultados pela Reuters, há um número significativo de transações em curso, que podem se materializar com a ajuda de catalisadores como uma eleição tranquila, moeda depreciada ou crescimento maior da economia.

"2014 será um ano desafiador, mas vejo um sólido fluxo de negociações à espera", disse Fabio Mourão, diretor do Credit Suisse. "Os negócios somente serão concluídos se as condições de mercado permitirem, mas as perspectivas são boas." Em 2013, as empresas anunciaram 74,430 bilhões de dólares em negócios no Brasil, alta de cerca de 5,7 por cento ante um ano antes (70,4 bilhões de dólares), segundo pesquisa trimestral feita pela Thomson Reuters. No entanto, o número está abaixo dos 80,59 bilhões de dólares de 2011 e dos 164,29 bilhões de dólares em 2010.

Já em quantidade de operações, 2013 não foi favorável para os banqueiros, indicou a pesquisa. Foram anunciados 611 acordos no ano passado, ante os 823 anunciados em 2012.

"O desaquecimento da economia, a incerteza política e uma consequente pior performance operacional das companhias tiveram influência negativa na confiança dos agentes econômicos nas decisões estratégicas de M&A", disse Pedro Costa, diretor de fusões e aquisições do Morgan Stanley no país.


O BTG Pactual, de André Esteves, liderou o ranking, concentrando as atenções em atender segmentos de rápido crescimento, o que se traduziu em quase 22 bilhões de dólares em negócios somente no período de outubro a dezembro.

O maior banco independente da América Latina assessorou 34,547 bilhões de dólares em operações no ano passado, mais que o dobro dos 15,9 bilhões de dólares do ano anterior. Em número, o BTG assessorou 51 transações em 2013, ante 73 em 2012.

Segundo o diretor da área no BTG Pactual, Marco Gonçalves, o primeiro semestre deve ser bom para os negócios, mas a incerteza relativa às eleições pode esfriar um pouco o mercado.

Compras de empresas devem ficar mais aquecidas nos setores de bens de consumo, serviços e infraestrutura, segundo o co-chefe da área de banco de investimento do Bank of America Merrill Lynch no Brasil, Hans Lin.

Os fundos de private equity devem ser personagens importantes no mercado, pois a moeda brasileira está mais fraca, e deve cair mais ainda, o que barateia as operações para as empresas capitalizadas em dólar.

"Empresas de private equity também devem ser incentivadas pela maior hesitação dos investidores estratégicos em ano de eleição", disse o vice-presidente executivo do Itaú BBA, Jean-Marc Etlin.

Renato Ejnisman, diretor do banco de investimentos do Bradesco BBI, disse que compradores devem buscar mais exposição ao Brasil baseados na demanda por ativos específicos, e não baseadas no potencial do país como economia emergente.

"O Brasil deixou de ser uma aposta por si só, mas o investidor detecta uma companhia ou setor e faz uma análise mais direcionada", disse.

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