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Ele vendia trufas e hoje fatura R$ 80 milhões com a maior rede de pilates da América Latina

A Pure Pilates conta com quase 14 mil alunos espalhados pelo Brasil e franquias que custam a partir de R$ 135 mil

Pure Pilates: rede se tornou a maior da América Latina em número de unidades.

Pure Pilates: rede se tornou a maior da América Latina em número de unidades.

Mariana Martucci
Mariana Martucci

Editora da Homepage

Publicado em 21 de maio de 2024 às 14h26.

Última atualização em 20 de junho de 2024 às 11h44.

Se você mora em São Paulo e nunca fez uma aula na Pure Pilates provavelmente deve ao menos conhecer alguém que já fez. A rede de estúdios está em tantos lugares na capital paulistana que não cogita abrir outro na região tão cedo. Os planos, 15 anos após a primeira unidade ser inaugurada, passaram a ser focados no restante do Brasil — e até na Europa.

Roberto Serroni sempre foi vendedor. Desde criança, vendia trufas para pagar suas viagens como escoteiro. Depois passou a vender sabonetes, cursos de inglês no metrô e até sacolas para marcas de luxo. "Eu sempre vendi e continuo fazendo a mesma coisa, só que hoje vendo franquias", afirma.

E foi assim até 2014, quando conheceu Douglas Paiva. Com um investimento inicial de R$ 30 mil, abriram juntos uma unidade da Pure Pilates — a primeira de uma parceria que somaria 27 unidades ao longo dos anos. De amigos e franquados, Roberto e sua esposa Caroline Lo Duca se tornaram sócios do negócio, com Roberto à frente da área de expansão da rede de franquias da Pure Pilates.

Mas o negócio já estava na rua há 5 anos. Douglas, fundador da rede, é formado em TI e trabalhava no ramo bancário — assim como Lígia Assis, sua ex-esposa. Lígia brinca que, na época, trabalhavam com saúde, mas financeira. Douglas decidiu cursar educação física por hobby e identificou uma escassez de professores e estúdios de pilates em São Paulo.

Para complementar a renda, decidiu abrir um estúdio de pilates com Lígia, sua namorada na época. Com sua experiência anterior com tecnologia, ele criou desde o início uma plataforma onde era fácil agendar e desmarcar aulas, algo que, para 2009, era inovador. Decidiu então, focar apenas nos estúdios de pilates e largou o emprego onde trabalhava.

No começo, a venda de franquias foi feita apenas para amigos próximos, momento em que Roberto entrou no negócio. Dois anos após o primeiro estúdio, decidiram então estruturar um modelo de franquias.

Na maior parte das vezes, a venda da franquia era feita de maneira orgânica (mesmo). Roberto lembra que até já vendeu uma unidade no balcão de uma padaria na Vila Leopoldina, em São Paulo. Atualmente, contam com 260 unidades espalhadas pelo Brasil, desde a Bahia até o Paraná, que custam a partir de R$ 135 mil e que faturam de R$ 350 mil a R$ 500 mil por ano cada. Ao todo, somam quase 14 mil alunos e um faturamento médio de R$ 6,5 milhões por mês com a rede, em torno de R$ 80 milhões anuais.

Além das franquias, a Pure Pilates também oferece capacitação para novos professores e uma 'Netflix do Pilates', onde eles conseguem ter acesso a vídeos de exercícios em uma experiência parecida com streaming.

Amigo dos treinos — e negócios

Um amigo de longa data da rede de pilates é o aplicativo de bem-estar Gympass (agora Wellhub), quando ainda era pouco conhecido. Já que a rede possui uma plataforma própria de agendamento de aulas, é oferecido ao Gympass aulas com vagas disponíveis em tempo real.

O app, juntamente com a Pure Pilates, ajuda a identificar, a partir de mapas de calor, onde são as maiores demandas de cada cidade, fazendo com que sejam o mais precisos possíveis em termos de localização de uma nova unidade. A escolha de qual plano será aceito em cada unidade é baseada em um estudo da região, como a renda per capita e se existem outras unidades ao redor.

A parceria também ajuda a baratear e democratizar uma atividade física que é conhecida pelos altos preços das aulas. Atualmente, a maior demanda de rede não é mais nos bairros centrais de SP, e sim em regiões mais periféricas, como São Miguel Paulista, Emerlino Matarazzo e Brasilândia.

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