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Ele já foi chaveiro, pintor e empacotador. Hoje fatura R$ 106 milhões e tem clientes fora do Brasil

O paranaense Rodrigo Bourscheidt é o fundador da Energy+, revendedora de equipamentos como baterias e geradores para clientes do agronegócio

Rodrigo Bourscheidt, da Energy+: "Gerar energia limpa já não é o desafio. O passo agora é distribuí-la, e as baterias são o caminho para isso" (Divulgação/Divulgação)

Rodrigo Bourscheidt, da Energy+: "Gerar energia limpa já não é o desafio. O passo agora é distribuí-la, e as baterias são o caminho para isso" (Divulgação/Divulgação)

Publicado em 10 de outubro de 2025 às 09h55.

Última atualização em 16 de outubro de 2025 às 09h35.

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Rodrigo Bourscheidt sempre acreditou que o caminho para o sucesso não seria fácil. Nascido em Toledo, no interior do Paraná, ele passou por diversas funções antes de fundar a Energy+, uma das redes de energia renovável que mais cresce no Brasil. 

Entre os diversos trabalhos temporários na adolescência, como chaveiro, auxiliar de pintor e empacotador de supermercado, Bourscheidt aprendeu cedo a lidar com os desafios e a entender o valor do trabalho árduo. 

Agora, sua empresa, a Energy+, deve faturar R$ 106 milhões em 2025, com uma expansão internacional em andamento.

O ritmo de evolução colocou a empresa em destaque no ranking EXAME Negócios em Expansão, o maior prêmio do empreendedorismo do Brasil. Em 2024, a empresa teve uma receita líquida de R$ 21 milhões, alta de 14% em 12 meses. 

O desempenho colocou a Energy+ na 148ª posição entre as 177 companhias que mais cresceram na categoria de faturamento entre R$ 5 e R$ 30 milhões.

Fundada em 2019, a Energy+ começou com o objetivo de transformar a maneira como pessoas e empresas utilizam a energia solar. 

Inicialmente focada na geração de energia limpa, a companhia evoluiu para um modelo que agora inclui a venda de armazenamento com baterias, usadas principalmente no agronegócio, para alimentar pivôs de irrigação, e na mobilidade urbana, para veículos elétricos e estações de recarga. 

"Gerar energia limpa já não é o desafio. O passo agora é distribuí-la, e as baterias são o caminho para isso", afirma Bourscheidt.

Até metade de 2025, a Energy+ revendia baterias de energia solar da Huawei (importada da China) e WEG (fabricada no Brasil). Agora, a empresa já opera com sua própria marca, produzida na China.

O ticket médio dos produtos da empresa chega facilmente à casa dos milhões — o pivô de irrigação, por exemplo, pode ultrapassar R$ 2,5 milhões por venda.

A empresa agora busca expandir para além das fronteiras brasileiras. Com unidades já em funcionamento em estados como Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, a Energy+ inaugurou sua primeira unidade no Paraguai, com um investimento inicial de US$ 38 mil.

"A escolha do Paraguai se deu pela proximidade com nossa sede e pela alta demanda por soluções de autogeração e irrigação", explica o CEO. 

Até o fim de 2025, Bourscheidt e sua equipe planejam inaugurar 40 unidades, com a expectativa de abrir novos mercados na Bolívia, Argentina, e até mesmo na África do Sul e Europa a partir de 2026. 

Fracassos viraram lições

A trajetória de Rodrigo Bourscheidt é marcada por tentativas e erros, mas também por aprendizado constante. Antes de fundar a Energy+, ele passou por diversos ramos, desde a venda de cursos de inglês até a tentativa frustrada de abrir uma revista em Maringá, no Paraná, que nunca saiu do papel. 

Ele também atuou no comércio de cosméticos dos Estados Unidos, mas o projeto falhou devido à proibição dos produtos no Brasil.

"Tive que aprender com os fracassos. Cada um deles me preparou para dar o próximo passo", diz Bourscheidt.

Após esses fracassos iniciais, ele decidiu se dedicar à área de consultoria e treinamento. Foi nesse período que surgiu a ideia de fundar a Energy+. 

Ele acreditava que o setor de energia solar, embora promissor, estava longe de ser explorado em sua totalidade, principalmente em segmentos como o agronegócio, que pode se beneficiar enormemente da energia solar para irrigação e outras aplicações.

Com a experiência acumulada em grandes empresas como Ambev, Embratel e L'Oréal, Bourscheidt sabia que a chave para o sucesso estava na gestão e nos processos bem definidos. 

"Trabalhei em empresas estruturadas que me ensinaram muito sobre liderança e organização", lembra.

Esses ensinamentos foram fundamentais para a criação de uma empresa que, mesmo em sua fase inicial, poderia operar de maneira eficiente e escalar rapidamente.

A empresa segue com um modelo de franquias que permite que os novos franqueados aprendam com a estrutura de treinamento da Energy+, muitos deles sem experiência prévia no setor de energia solar.

Para o executivo, o desempenho do negócio está diretamente ligado à gestão comercial estruturada. “Quem busca abrir uma franquia da Energy+ precisa ter perfil comercial e gostar de vendas. Oferecemos todo o treinamento e suporte necessários para o sucesso da operação”, diz. 

A empresa conta também com uma espécie de universidade corporativa, responsável por capacitar profissionais para o mercado de energia solar. Aliás, boa parte dos franqueados e vendedores inicia na rede sem experiência no setor e aprende tudo por meio de programas próprios de formação.

O que é o ranking Negócios em Expansão

O ranking EXAME Negócios em Expansão é uma iniciativa da EXAME e do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME).

O objetivo é encontrar as empresas emergentes brasileiras com as maiores taxas de crescimento de receita operacional líquida ao longo de 12 meses.

Em 2025, a pesquisa avaliou as empresas que mais conseguiram expandir receitas ao longo de 2024. A análise considerou negócios com faturamento anual entre 2 milhões e 600 milhões de reais.

São 470 empresas que criam produtos e soluções inovadoras, conquistam mercados e empregam milhares de brasileiros. Conheça o hub do projeto, com os resultados completos do ranking e, também, a cobertura total do evento de lançamento da edição 2025.

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