José Bento Meirelles, CEO da Minimal Club: empresário foi para a frente das câmeras ajudar a vender camisetas (Minimal Club/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 12 de julho de 2023 às 18h54.
Última atualização em 13 de julho de 2023 às 14h24.
Quando os empresários José Bento Meirelles e Guilherme Puliti começaram a Minimal Club em 2021, no escritório de casa, aportaram R$ 30 mil e tinham 300 camisetas minimalistas para vender. Dois anos depois, o cenário é outro: a marca de Belo Horizonte já vendeu 200 mil desses produtos. Além disso, prepara-se para fechar 2023 com um faturamento de R$ 32,5 milhões, o dobro do ano anterior.
“Passamos o primeiro mês inteiro sem vender camiseta para ninguém que não fosse amigo ou família”, diz Meirelles, que também é CEO do negócio. “Mas a gente foi crescendo, trazendo mais gente para o time, expandindo”.
A aposta do negócio é vender roupas minimalistas, sem logomarcas estampadas. Foi uma tendência identificada pelos sócios em 2021, quando viram seus amigos empreendedores usando esse modelo de roupa em bares e até no trabalho. Começaram com camisetas, mas hoje o portfólio é maior, com calças e moletons.
Para alavancar as vendas, a aposta foi no marketing e na comunicação. As newsletters enviadas a clientes não falavam apenas das roupas, mas traziam textos sobre filosofia, alta disciplina e de motivação. A estratégia era mirar o público-alvo: o homem empreendedor.
Além disso, o próprio CEO foi para a frente das câmeras vestir a camiseta e incentivar a compra. Mais, fez os vídeos com uma linguagem mais despojada e humorística. Em um específico, com mais de 1 milhão de visualizações, a marca se apresenta como “a camiseta que te economiza dinheiro”. Outro, com 700 mil views, lista cinco tipos de “camisetas que não prestam”, antes de oferecer uma Minimal.
“A galera gostava desse tipo de conexão, saber que é o CEO que está botando a cara”, afirma Meirelles.
De lá para cá, o resultado veio. Já em 2021, faturaram R$ 4,2 milhões. No ano seguinte, foram R$ 16 milhões. Agora, a meta é dobrar esse valor. Para isso, seguem apostando em lançamentos de produtos e linhas e em datas específicas, como a Black Friday, em novembro. Até agora, já faturaram cerca de R$ 11 milhões.
As roupas minimalistas da Minimal Club são básicas, geralmente de uma cor. Começaram com branco e preto, mas agora o portfólio é maior. Para as camisetas, que são o carro-chefe do negócio, a empresa usa algodão egípcio e elastano. Há apenas um pequeno indicativo que o produto é da marca: um bordado, da mesma cor do restante da roupa, na manga de um dos braços.
“A gente gastou um tempo grande na modelagem, às vezes não ficava legal no peito, às vezes na barriga”, diz Meirelles. “Então, fizemos o produto que dura bastante, que veste bem e que é confortável, porque além do algodão, tem o elastano”.
As camisetas são vendidas por R$ 137,90. A produção é feita em empresas parceiras, que levam o produto pronto a um centro de distribuição de 1,1 mil metros quadrados em Belo Horizonte.
Além de lançar novos produtos e seguir apostando no e-commerce, está no radar da Minimal Club entrar no varejo físico em 2024. O desejo de Meirelles é que a primeira operação fique em Belo Horizonte, onde a empresa nasceu, mas também olham para São Paulo. Ainda não está definido, porém, qual será o modelo de operação: loja de rua, de shopping ou quiosque. Por enquanto, o foco será continuar atuando no mercado nacional.
“Cada vez mais o varejo vai deixar de ser das grandes redes mundiais para ser de marcas locais, mais nichadas”, afirma Meirelles. “Eu acredito muito nisso, estamos passando por essa transformação”.
A Minimal Club foi avaliada, no ano passado, em R$ 25 milhões. Terminou o ano passado com 33 funcionários, mas o número já está crescendo. Hoje, são cerca de 50.
Nesses dois anos, os fundadores também criaram outras duas marcas na linha da Minimal Club. Uma delas é a Moon Basics, de roupas básicas para mulheres. Outro é o Hoomy, de cama e banho. E os planos não param por aí:
“Hoje temos a casa, a mulher e o homem. A gente quer explorar mais opções. Talvez daqui a pouco teremos produtos para pets e para crianças. São possibilidades”.