Villon Souza, franqueado da Laav: vamos bater R$ 1,2 milhão em 2024 (Laav/Divulgação)
Estímulo
Publicado em 26 de maio de 2024 às 09h01.
Última atualização em 20 de junho de 2024 às 11h44.
O desejo de empreender sempre esteve nas veias de Villon Souza. Matemático por formação, ele fez longa carreira no mercado de telecomunicações, de estagiário a especialista, passando por áreas como antifraude, garantia de receita, comercial, compras e logística. Mas uma hora cansou da burocracia das grandes empresas.
Em 2020, focou nos estudos a fim de se preparar para investir em seu próprio negócio, conciliando uma jornada dupla. A virada para empreender veio um ano depois, período em que pesquisou mais de 20 franquias diferentes e optou pela Laav - naquele momento com uma loja de repasse, localizada no bairro da Lapa, em São Paulo.
A franquia opera com foco em serviços automotivos de reparo com processos de funilaria e pintura, frentes de estética como polimento, higienização, lavagem de motor e cristalização de pinturas, entre outros. Hoje, a marca tem cerca de 30 lojas pelo país. Quando Villon entrou, em 2021, eram apenas 14.
Ao assumir uma loja de repasse, um desafio já estava claro: teria que trabalhar para reerguer a unidade e atingir bons resultados. Esse tipo de operação envolve estabelecimentos que, geralmente, não conseguem performar com qualidade e crescimento. De acordo com Villon, o primeiro passo foi fazer um plano de reestruturação geral da loja, com mudanças de processos e mentalidade do time.
“Quando comecei basicamente não existia um modelo definido. Era uma enorme e total bagunça, foi muito difícil no início estabelecer processos e controles para garantir melhorias. Neste momento tive grande ajuda da franqueadora”, diz.
Ao lado de Flavia Fernandes, sua esposa e sócia, Villon recomeçou o negócio. Hoje, com o time de 11 colaboradores, fez com que a unidade se tornasse uma das principais da franquia em termos de qualidade e crescimento, com alta de 80% no faturamento em dois anos.
De acordo com o empreendedor, o trabalho na Laav se resume a entender a real necessidade do cliente e propor a melhor solução. Quando esse processo dá certo do começo ao fim, eles fidelizam o cliente.
“Não é raro receber estes clientes na loja simplesmente para tomar um café e bater papo. Se tornaram realmente nossos amigos”, afirma.
A ideia é sempre surpreender de forma positiva, seja com o reparo de uma peça adicional, uma lavagem mais detalhada ou até sinalizando o proprietário sobre problemas no carro (ar-condicionado, lâmpadas queimadas, etc), fazendo a ponte para buscar uma solução com parceiros.
Mesmo com os números em alta, o empreendedor precisou rever o modelo para tornar o negócio mais sustentável e corrigir problemas com o fluxo de caixa da loja. Fazendo a análise de DRE (Demonstração do resultado do exercício), Villon percebeu que estava com pagamentos não alinhados, impactando as entradas de receita, porque alguns clientes faziam o pagamento em prazos superiores a 30 dias.
Foi nesse momento que procurou o fundo de impacto Estímulo e obteve R$100 mil em apoio. Além da recuperação do fluxo de caixa, o dinheiro contribuiu para a aplicação de melhorias, incluindo a reforma da cabine de pintura, da rede de ar com novo compressor, do secador refrigerado e de outras reformas necessárias.
Com processos melhorados e bem definidos, Villon direcionou esforços para a área de vendas para fazer um tíquete médio maior. “Continuamos em evolução, a cada problema, voltamos à cadeia de processo, desde o primeiro atendimento até o pós venda”, diz.
Um novo movimento é o lançamento de um comitê de melhoria contínua, que reúne a equipe semanalmente para avaliar processos nas frentes de comercial, com vendas e interação com clientes; operacional, por meio do planejamento de loja, e de administração, com análises das necessidades financeiras.
O insight para mudar e estabelecer uma nova rota se deu quando notaram que a parte de vendas não era o início da cadeia, mas sim o coração do negócio.