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Eike usa bens pessoais e empréstimos como garantias ao BNDES

Os empréstimos fazem parte dos R$ 10,4 bilhões outorgados pelo credor estatal às companhias do empresário desde 2007


	Eike Batista, cuja fortuna agora é de US$ 4,1 bilhões, perdeu mais de US$ 30 bilhões desde março de 2012 devido à contínua impossibilidade de cumprir as metas estabelecidas
 (Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Eike Batista, cuja fortuna agora é de US$ 4,1 bilhões, perdeu mais de US$ 30 bilhões desde março de 2012 devido à contínua impossibilidade de cumprir as metas estabelecidas (Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2013 às 14h52.

São Paulo – O bilionário brasileiro Eike Batista, que os investidores em bônus afirmam estar prestes a fazer uma reestruturação de dívida, utilizou sua fortuna pessoal como garantia para R$ 2,3 bilhões (US$ 1 bilhão) em empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, segundo informação obtida pela Bloomberg News.

Os empréstimos fazem parte dos R$ 10,4 bilhões outorgados pelo credor estatal às companhias de Batista desde 2007. O BNDES fez o cálculo do valor dos empréstimos e de suas respectivas garantias em resposta a um pedido da Bloomberg conforme a Lei do Acesso à Informação brasileira.

Os investidores estão tentando estimar o potencial efeito colateral para acionistas e credores depois que a principal companhia de Batista, a OGX Petróleo Gás Participações SA, informou em 1 de julho que poderia fechar seu único poço petrolífero ativo.

Desde então, as seis companhias de capital aberto do empresário perderam US$ 1 bilhão do seu valor de mercado, enquanto os títulos da OGX com vencimento em 2018 despencaram a U$ 0,19, nível recorde, devido à preocupação de que a companhia não possa pagar seus credores.

O mais exposto

As informações fornecidas pelo BNDES chegam depois de um relatório do Bank of America Corp., publicado em 1 de julho, onde se estima que o credor com sede no Rio de Janeiro foi o mais exposto dos bancos brasileiros às companhias de Batista, tendo emprestado R$ 4,9 bilhões ou 5,8 por cento do seu capital regulatório.

O analista Alessandro Arlant, cuja estimativa é baseada em documentos regulatórios das companhias de Batista, escreveu que tais revelações podem atenuar os riscos para o sistema bancário porque a informação e a divulgação são insuficientes.


Batista, cuja fortuna agora é de US$ 4,1 bilhões, perdeu mais de US$ 30 bilhões desde março de 2012 devido à contínua impossibilidade de cumprir as metas estabelecidas por ele para suas novas companhias. A Standard Poor’s cortou o rating da OGX de B- para CCC ontem, mencionando a preocupação de que a companhia não possa cumprir suas obrigações caso abandone seu único campo ativo.

Conforme as informações fornecidas pelo BNDES, nenhum dos 19 chamados empréstimos não automáticos feitos desde 2007 foi destinado à OGX, ao passo que seis deles, por valor de R$ 1,4 bilhão, foram empréstimos indiretos com a participação de bancos como o Banco Bradesco SA, o Banco Itaú BBA SA e o Banco Votorantim SA.

Um dos quatro empréstimos com garantia da fortuna pessoal de Batista foi feito no ano passado por R$ 1,3 bilhão à OSX Construção Naval SA, subsidiária da irmã da OGX a construtora de navios OSX Brasil SA.

Batista também forneceu uma garantia de 100 por cento para um empréstimo de R$ 450 milhões outorgado no ano passado à MMX Porto Sudeste SA, projeto portuário que faz parte da companhia extratora de minério de ferro MMX Mineração Metálicos SA.

Os maiores credores

Entre os maiores credores de Batista se encontram o Itaú Unibanco Holding SA com sede em São Paulo, disseram em março duas pessoas com conhecimento direto do assunto, que solicitaram não serem identificadas devido à natureza confidencial do assunto.

Segundo elas, Batista tomou emprestado aproximadamente R$ 4,8 bilhões do Banco Bradesco SA e R$ 1,6 bilhão do Grupo BTG Pactual, sem contar uma linha de crédito por US$ 1 bilhão do BTG no mesmo mês. Batista empregou ações das suas companhias de capital aberto como colateral para uma parte não divulgada dos empréstimos, disseram as pessoas.

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