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Eike terá fortuna de até US$ 2 bi após fatiar EBX, diz Valor

Segundo o jornal, perda de controle do grupo que criou vai corroer o patrimônio do empresário


	Eike: do topo para a lanterninha dos bilionários globais, após reestruturar seu grupo
 (Mario Anzuoni/Reuters)

Eike: do topo para a lanterninha dos bilionários globais, após reestruturar seu grupo (Mario Anzuoni/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2013 às 12h21.

São Paulo – Eike Batista já sonhou em ser o homem mais rico do mundo, e declarou isso com todas as letras. Estimou que, em dez anos, teria 100 bilhões de dólares. Disse para Carlos Slim, então maior bilionário do planeta, se cuidar. Mas, após reestruturar e perder o controle do Grupo EBX, Eike terá um “modesto” patrimônio de 1 bilhão a 2 bilhões de dólares.

A estimativa é de um assessor financeiro que participa da reestruturação do grupo criado por Eike, e foi divulgada pelo jornal Valor Econômico. Embora ainda seja uma bela fortuna para a maioria dos mortais, será uma pálida lembrança do que o empresário chegou a ser – e do que desejava para o futuro.

Em seu auge, em 2012, Eike era o sétimo homem mais rico do mundo, segundo a revista americana Forbes, com patrimônio avaliado em 30 bilhões de dólares. Por três anos, entre 2010 e 2012, o brasileiro esteve entre os dez maiores bilionários do planeta.

Agora, o plano elaborado pelo BTG Pactual, contratado por Eike para salvar os negócios, é fatiar o Grupo EBX, vender ativos capazes de atrair interessados e usar o dinheiro para cobrir as dívidas e tocar o dia-a-dia das empresas menos interessantes, como a petroleira OGX, que já foi vista como a joia da coroa do império de Eike, mas agora é a mais problemática das companhias.

Estopim

Basta lembrar que a OGX foi o estopim da crise que engoliu o Grupo EBX, ao reduzir a previsão de produção do campo de Tubarão Azul de 20.000 barris diários para 5.000 barris. O anúncio gerou uma crise de confiança na empresa que contaminou as demais e corroi a fortuna de Eike até hoje.

Eike deixou a lista dos 100 homens mais ricos do mundo em 7 de fevereiro, segundo a Bloomberg. Sua última posição nesse clube foi a 93ª, que ocupou no dia anterior à sua queda abaixo dos 100 primeiros.

De lá para cá, sua situação apenas se agravou. Nos últimos dias de maio, Eike vendeu 70,5 milhões de ações da OGX por 121,8 milhões de reais, o que foi interpretado pelos investidores como um sinal de que nem o dono da empresa já confia tanto nela.

O resultado foi um aprofundamento da desconfiança do mercado em relação a todas as empresas do Grupo EBX. As sucessivas quedas na cotação dos papéis corroeram o patrimônio de Eike.

Em 12 de junho, a Bloomberg anunciou que o empresário já não constava nem da lista dos 200 homens mais ricos do mundo. Sua fortuna, naquele momento, era avaliada em 6,8 bilhões de reais.

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