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Eike quer obter R$ 1,2 bilhão por sua parte na Eneva

O ex-bilionário tenta angariar dinheiro para pagar credores


	Eike: as ações da Eneva, em baixa de 57 por cento neste ano, foram usadas como garantia para empréstimos para credores como o Banco Itaú BBA SA
 (Douglas Engle/Bloomberg News)

Eike: as ações da Eneva, em baixa de 57 por cento neste ano, foram usadas como garantia para empréstimos para credores como o Banco Itaú BBA SA (Douglas Engle/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2013 às 11h34.

São Paulo - Eike Batista está buscando R$ 1,2 bilhão (US$ 550 milhões) de sua participação na produtora de energia Eneva SA em um momento em que o ex-bilionário tenta angariar dinheiro para pagar credores, disseram duas fontes com conhecimento direto das conversas.

A Marubeni Corp., o IFM Australian Infrastructure Fund e o Canada Pension Plan Investment Board estão entre os potenciais compradores dos 24 por cento em poder da empresa de serviços públicos que já foi conhecida como MPX Energia, disseram as fontes, que pediram para não serem identificadas porque as conversas são privadas.

A Pátria Investimentos, uma empresa brasileira da qual a Blackstone Group LP possui 40 por cento, retirou-se das negociações por causa do preço que estava sendo pedido, disseram as fontes.

Batista está intensificando esforços para vender participações na empresa de serviços públicos que ele fundou e agora divide o controle com a EON SE. A empresa, com sede em Dusseldorf, aumentou sua participação na Eneva por meio de uma oferta privada para 38 por cento em 4 de julho, tornando-se a maior acionista depois que Batista deixou o cargo de presidente.

As ações da Eneva, em baixa de 57 por cento neste ano, foram usadas como garantia para empréstimos para credores como o Banco Itaú BBA SA, disseram as fontes. O preço de venda de R$ 1,2 bilhão representa um prêmio de 50 por cento sobre o valor de mercado porque o comprador poderia tornar-se o segundo maior detentor e um sócio controlador, disseram as fontes.

Linda Sims, porta-voz do Canada Pension Plan Investment Board, preferiu não comentar “sobre qualquer rumor ou especulação no mercado a respeito de possíveis atividades de investimentos da nossa parte”.

 


Destruição de fortuna

A Eneva, a holding EBX Group Co. de Eike Batista, a Pátria e o Itaú preferiram não comentar por meio de funcionários que pediram para não serem identificados devido a políticas das empresas. A Marubeni e a IFM não responderam imediatamente aos e-mails com pedidos de comentários.

Batista, que abriu o capital de seis empresas desde 2006, está vendendo ativos que vão desde campos de petróleo até terminais portuários após ver mais de US$ 30 bilhões de sua fortuna desaparecerem desde o começo de 2012 em uma liquidação estimulada por objetivos não alcançados e uma dívida crescente.

O Grupo BTG Pactual, o banco de investimento operado pelo bilionário André Esteves, adquiriu 28,2 milhões de ações da Eneva por US$ 78,7 milhões por meio de uma oferta privada em 4 de julho, disse a MPX em 6 de setembro.

O BTG está assessorando Batista na venda de ações, disseram três fontes familiares ao negócio. A Goldman Sachs Group Inc. está assessorando a EON na ajuda a Batista para vender sua participação na Eneva, disseram duas das fontes.

O BTG preferiu não comentar por meio de um funcionário que não é um porta-voz autorizado. Michael DuVally, um porta-voz do Goldman Sachs, com sede em Nova York, preferiu não comentar.

A OGX Petróleo Gás Participações SA, que já foi a peça central do grupo de commodities de Eike Batista, está considerando a possibilidade de pedir proteção de falência neste mês ou no início do próximo, disseram duas fontes com conhecimento direto do assunto.

A produtora de petróleo deixou de honrar um pagamento de títulos de US$ 45 milhões em 1 de outubro que a coloca à beira da maior moratória corporativa da América Latina.

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