Eike Batista: brasileiro perdeu US$ 19,4 bilhões -- maior prejuízo do ano --, por causa da desvalorização das ações das suas empresas de mineração, energia, e construção naval (Mario Anzuoni/Reuters)
Da Redação
Publicado em 4 de março de 2013 às 11h40.
Nova York - Eike Batista despencou da 7ª para a 100ª posição na nova edição da lista de bilionários da revista Forbes, que continua tendo o mexicano Carlos Slim como o homem mais rico do mundo.
O brasileiro perdeu 19,4 bilhões de dólares --maior prejuízo do ano--, por causa da desvalorização das ações das suas empresas de mineração, energia, e construção naval. A fortuna de Eike foi estimada pela Forbes em 10,6 bilhões de dólares.
O melhor colocado na lista entre os brasileiro é o financista Jorge Paulo Lemann, em 33º lugar, com uma fortuna de 17,8 bilhões de dólares. Entre os investimentos de Lemann estão a empresa alimentícia Heinz, a rede de fast-food Burger King e a Anheuser-Busch InBev, maior cervejaria do mundo.
Quando a lista foi montada, em 14 de fevereiro, o mexicano Slim tinha uma fortuna estimada em 73 bilhões de dólares. Mas, depois disso, as ações da sua empresa América Móvil caíram fortemente.
Em segundo lugar na lista aparece o norte-americano Bill Gates, cofundador da Microsoft, com 67 bilhões de dólares.
A grande novidade nas primeiras posições é o espanhol Amancio Ortega, cofundador do grupo Inditex, do setor de vestuário. Com um patrimônio estimado em 57 bilhões de dólares, ele superou o norte-americano Warren Buffett e o francês Bernard Arnault, para assumir a terceira colocação.
A fortuna de Ortega cresceu 19,5 bilhões de dólares em relação à lista anterior -- maior salto entre os bilionários do mundo, segundo a Forbes.
Buffett, presidente e executivo-chefe do conglomerado Berkshire Hathaway, ficou com a quarta colocação, com um patrimônio de 53,5 bilhões de dólares. É a primeira vez desde 2000 que ele não aparece entre os três mais ricos do mundo.
"Warren teve um ótimo ano, só que Amancio Ortega teve um ano melhor", disse Randall Lane, editor da Forbes. "Ele tem uma das linhas dominantes de vestuário na Europa." Arnault, do grupo de marcas de luxo LVMH, caiu para a décima posição, com 29 bilhões de dólares.
Lane comentou também que a liderança de Slim, ampliada neste ano, "é uma declaração de que a riqueza é realmente global, e não um monopólio americano, como às vezes pareceu durante décadas".
O mexicano, de 73 anos, fez grande parte da sua fortuna no setor de telecomunicações, mas também atua nos setores de varejo, matérias-primas, finanças e energia.
Com a subida das bolsas nos EUA, em parte graças aos estímulos monetários do Fed (banco central norte-americano), e com um fortalecimento das marcas de varejo, muitas fortunas que já estavam na lista cresceram, e outras chegaram à marca do bilhão.
A lista da Forbes, em sua 27ª edição, é a maior que já houve, com 210 novos bilionários.
"É um ano muito bom para ser bilionário, e um ano muito mais fácil para ser bilionário. Você tem essas forças econômicas e os mercados globais crescendo, e isso está empurrando mais gente para cima do limite", explicou Lane.
O patrimônio total dos 1.426 bilionários do mundo, segundo a Forbes, chega a 5,4 trilhões de dólares. Na lista anterior, era de 4,6 trilhões.
A francesa Liliane Bettencourt, do império de cosméticos L'Oreal, é a mulher mais rica do mundo, ocupando o 9º lugar na lista com 30 bilhões de dólares.
O bilionário mais jovem do mundo é o empreendedor da internet Dustin Moskovitz, de 28 anos. O ex-colega de quarto do fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, e um dos primeiros investidores da rede social, ficou na posição 353, com fortuna de 3,8 bilhões de dólares.