Banco suíço EFG: em novembro, o EFG reduziu o valor de compra do BSI a 1,06 bilhão de francos (Charles Ellena/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 15 de março de 2017 às 08h16.
Zurique - O EFG International se prepara para uma batalha com o grupo brasileiro BTG Pactual em relação ao valor do BSI, com o banco suíço agora esperando reduzir o preço de compra em mais de 25%.
Nesta quarta-feira, o EFG International comunicou ajustes pós-fechamento no valor de aquisição do BSI de cerca de 277,5 milhões de francos suíços (275,3 milhões de dólares).
Em comunicado divulgado nesta manhã, contudo, o BTG refuta o montante e informa que, após levar em consideração as opiniões de seus assessores, o preço deveria ser ajustado em 95,7 milhões de francos para cima.
"Se as partes não chegarem a um acordo durante a fase de negociações, as diferenças serão resolvidas oportunamente por um especialista independente, de acordo com os documentos da alienação do BSI", esclareceu o BTG Pactual na nota.
Ao comprar o BSI do BTG no ano passado, o EFG quase dobrou de tamanho, tornando-se um dos 10 maiores bancos privados da Suíça, atrás de rivais como UBS, Credit Suisse e Julius Baer.
Contudo, o acordo foi complicado por problemas legais do BSI incluindo um escândalo envolvendo o fundo do governo malaio 1Malaysia Development Bhd (1MDB), que afugentou muitos clientes.
Com isso, o EFG assumiu menos ativos que o esperado quando o acordo foi assinado. Os ativos administrados pelo banco caíram para 144,5 bilhões de francos suíços ao fim de 2016, ante total estimado em cerca de 170 bilhões de francos.
Em novembro, o EFG reduziu o valor de compra do BSI a 1,06 bilhão de francos, de 1,3 bilhão de francos na data de anúncio do acordo.
Ao divulgar os resultados do ano, o banco suíço informou nesta quarta-feira que agora espera que o preço seja de 783,9 milhões de francos.
O banco alertou que o ajuste estava "sujeito à objeção esperada do BTG e, se necessário, à verificação por parte de um especialista independente".
A revisão do valor do acordo ajudou o EFG a reportar lucro líquido de 339,3 milhões de francos em 2016, bem acima dos 13,8 milhões de francos apontados em pesquisa Reuters com quatro analistas.
O BSI sofreu uma fuga líquida de capital de 4,9 bilhões de francos em novembro e dezembro do ano passado, o que resultou em saques totais líquidos de 5,4 bilhões de francos para o EFG no ano, informou o banco.
"Na nossa perspectiva, a saída de capital do BSI de 4,9 bilhões de francos em apenas dois meses de 2016 é surpreendentemente elevada", disse Tomasz Grzelak, analista da Helvea, atribuindo recomendação de "manutenção" para o papel.