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Efeito Caixa Econômica pesa sobre resultado da MRV no 4º trimestre

O grupo especializado em moradias populares anunciou que teve lucro líquido de R$ 151 milhões de outubro a dezembro, uma queda de 5,6%

MRV: empresa diz que resultados foram influenciados pela paralisação de 56 dias nos repasses da Caixa (Germano Luders/Exame)

MRV: empresa diz que resultados foram influenciados pela paralisação de 56 dias nos repasses da Caixa (Germano Luders/Exame)

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Reuters

Publicado em 2 de março de 2020 às 21h24.

Última atualização em 2 de março de 2020 às 21h34.

A MRV teve no final de 2019 um hiato na sucessão de melhora dos resultados trimestrais, afetada por uma paralisação de quase dois meses de repasses da Caixa Econômica para programas habitacionais.

O grupo especializado em moradias populares anunciou nesta segunda-feira que teve lucro líquido de 151 milhões de reais de outubro a dezembro, uma queda de 5,6% ante mesma etapa de 2018. O número veio quase em linha com a previsão média de analistas consultados pela Refinitiv, de 160,1 milhões de reais.

No relatório de resultados, a MRV citou a paralisação de 56 dias nos repasses da Caixa Econômica Federal, "devido à falta de verba da União para arcar com seu percentual dos subsídios".

Com isso, a receita líquida da companhia no período, de 1,42 bilhão de reais, foi 9,5% menor do que um ano antes. Na mesma linha, o resultado operacional medido pelo Ebitda, de 231 milhões de reais, foi 7,1% menor ano a ano. A previsão média dos analistas para esta linha era de 219,9 milhões de reais.

Em janeiro, a MRV já havia anunciado resultados preliminares do período, com as vendas caindo 9,9% no trimestre.

Os números contrastam com os vários sinais de forte recuperação do setor imobiliário no país, diante da queda do juro básico para a mínima histórica de 4,25% ao ano. A própria MRV teve alta de 6,3% nos lançamentos do quarto trimestre.

Além disso, várias construtoras listadas na bolsa buscaram recursos no mercado de capitais nos últimos meses para financiar projetos de crescimento, enquanto outras anunciaram nas últimas semanas planos de também se listarem na B3.

A última delas foi a incorporadora You, nesta segunda-feira. Nas últimas semanas, a Cury, a Pacaembu, a incorporadora One Innovation e a construtora Canopus pediram registro para suas ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês).

No começo de fevereiro, a Mitre estreou no pregão da B3 com um IPO de 1,2 bilhão de reais, o primeiro do setor em uma década.

Para não depender tanto de programas habitacionais subsidiados pelo governo, a MRV afirmou que pretende em 2020 continuar a estratégia de diversificação e direcionar parte

dos lançamentos voltados ao programa Minha Casa Minha Vida para a Linha Essencial, que consiste de empreendimentos voltados a famílias com renda entre 2 e 2,8 salários mínimos.

No quarto trimestre 16,8% das vendas da empresa já ocorreram fora do programa Minha Casa Minha Vida.

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