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Startup Isaac levanta R$ 112,5 mi para garantir pagamentos e facilitar vida das escolas

No portfólio do grupo Arco desde o ano passado, a startup tem investido em novas frentes de negócio

Paula Jorge, da Isaac: Ainda temos um longo caminho pela frente de crescimento (Isaac/Divulgação)

Paula Jorge, da Isaac: Ainda temos um longo caminho pela frente de crescimento (Isaac/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 14 de setembro de 2023 às 08h01.

Última atualização em 14 de setembro de 2023 às 11h28.

A startup Isaac, adquirida pelo grupo de educação Arco em outubro do ano passado, acaba de levantar um FIDC no valor de R$ 112,5 milhões. A estrutura será usada para operacionalizar o principal produto da edtech, o “receita garantida”, um serviço para dar previsibilidade às escolas clientes da startup e garantir o pagamento das mensalidades.

A Isaac chegou ao mercado em meados de 2020, tendo o “receita garantida” como recurso. Os cofundadores David Peixoto, diretor financeiro e de relações com investidores da Arco, e  Ricardo Sales, ex-vice-presidente do fundo General Atlantic,  tinham como proposta olhar para uma lacuna do mercado de educação básica e privada do país, a gestão financeira.

Como modelo, a empresa assume a gestão de recebíveis das escolas, cuida de emissão de boletos e dos demais meios de pagamento e ainda da execução das dívidas, em casos da não realização de pagamentos. “A gente tira a carga operacional das escolas”, diz Paula Jorge, diretora geral e umas das primeiras funcionárias da Isaac.  

Como a startup pretende usar os recursos do FIDC?

O FIDC, veículo de investimento estruturado a partir de direitos creditórios, foi montado com a securitização das mensalidades das mais de 1.400 escolas no portfólio atual de clientes da startup. Este é o primeiro fundo do gênero lançado pela Isaac, que até então financiava o serviço com capital próprio, e será usado exclusivamente para a operação das escolas.

Com a estrutura, a startup começa a avançar por uma estratégia já adotada por outras fintechs no mercado, como a Asaas, Creditas e mesmo o Nubank. Usam FIDCs para girar determinada parte do negócio e captam rodadas para fazer investimentos em time, desenvolvimento e campanhas de marketing etc. 

“Esse é o caminho que a Isaac persegue”, afirma Arieh Levin, CFO da startup. “A Isaac não se beneficia do capital do FIDC para financiar projetos próprios. O instrumento vai financiar sempre a operação da receita garantida para as nossas escolas parceiras”. 

De acordo com o último balanço da Arco, a operação superou as expectativas. A meta era alcançar R$ 90 milhões e, com a demanda em alta, a startup abriu um lote adicional, chegando aos R$ 112,5 milhões. “...esperamos reduzir significativamente o custo de capital à medida que a operação amadurece”, diz o texto.

Qual são as novas unidades de negócio da Isaac

A startup está há pouco menos de um ano dentro do grupo Arco de fato, mas o vínculo entre as duas empresas existe desde o começo da operação. A Arco colocou US$ 5 milhões na fase seed da Isaac e, quando optou pela aquisição, detinha em torno de um quarto do negócio.

Já dentro do grupo de educação, avaliado em 913 milhões de dólares na Nasdaq, a startup registrou um crescimento de 116% em 2022, percentual que deve se repetir neste ano. No primeiro semestre de 2023, a empresa faturou R$ 137,8 milhões. 

Nos últimos meses, a Isaac tem colocado de pé outros serviços, com novas verticais de negócios. Em parceria com a Porto, lançou um seguro para as famílias dos alunos. A modalidade cobre episódios de perda de renda e morte dos responsáveis pelo pagamento das mensalidades. 

Em outra frente, a empresa está criando linhas de crédito para aquelas escolas que pretendem fazer reformas ou investir em novos equipamentos. De início, o projeto atende apenas escolas parceiras, mas a intenção é estender o negócio.

Ao mesmo tempo em que evolui a proposta de valor, a startup tem conseguido ampliar a presença nas escolas. Na época da aquisição, tinha cerca de 850 unidades, número que soma 1400 atualmente e inclui 400 mil alunos. A expectativa é encerrar o ano com 1600.    

“O setor de educação tem mais de 40 mil escolas e temos só 1400. Ainda tem um longo caminho pela frente de crescimento”, diz Paula.

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