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EDP ficará de fora de leilão de hidrelétricas; foca obras

A EDP Energias do Brasil não deve entrar no leilão de hidrelétricas que o governo promove em novembro, segundo presidente


	EDP Energias do Brasil: "mantemos nosso posicionamento estratégico, que é o foco na execução", disse presidente
 (EDP/Divulgação)

EDP Energias do Brasil: "mantemos nosso posicionamento estratégico, que é o foco na execução", disse presidente (EDP/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2015 às 16h58.

São Paulo - A EDP Energias do Brasil não deve entrar no leilão de hidrelétricas que o governo federal promove em 25 de novembro, e também considera baixa a chance de realizar aquisições, em um momento em que foca em obras em andamento, disse o presidente da companhia, Miguel Setas.

"Mantemos nosso posicionamento estratégico, que é o foco na execução", disse ele em teleconferência nesta quinta-feira.

"A companhia ainda tem duas obras em curso (as hidrelétricas de Cachoeira Caldeirão e São Manoel), e acabamos de adquirir uma termelétrica (Pecém)", acrescentou Setas, ao ser questionado sobre a entrada da empresa no leilão das usinas hídricas.

Setas também admitiu, após pergunta de um analista, que o momento é aquecido para operações de fusão e aquisição, mas a companhia deverá manter o foco em terminar as obras em andamento.

"Obviamente, estamos em um momento em que o mercado pode até ter algumas transações importantes... mas o foco da companhia permanece na execução dos projetos... portanto, a possibilidade de participarmos de alguma dessas transações é baixa", explicou.

PROPOSTA PARA HIDRELÉTRICAS O presidente da EDP Brasil afirmou que participou nesta quinta-feira, junto com outras geradoras, de uma reunião com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na qual foi apresentada a nova proposta do regulador para apoiar hidrelétricas após dois anos de perdas com a seca.

"Creio que houve evoluções positivas nessa proposta", apontou Setas.

Segundo ele, as Aneel permitirá que as empresas escolham o percentual de risco hidrológico a que suas usinas estarão sujeitas, sendo que o "prêmio de risco" a ser pago como contrapartida por uma compensação vai variar de acordo com essa opção.

Caso uma usina queira estar totalmente protegida contra o risco hidrológico, terá que pagar um prêmio equivalente a 9,5 reais por megawatt-hora em energia.

"(O valor) está acima de nossa expectativa inicial, e portanto vamos ter que efetuar uma análise caso a caso, usina a usina, com essas novas regras... os passos são positivos, mas ainda não estamos em condições de sermos totalmente concretos quanto à adesão", explicou Setas.

Para aceitar a proposta da Aneel, que prevê uma compensação parcial pelas perdas de faturamento em 2015 e a transferência do risco hídrico para o consumidor a partir de 2016, as empresas precisam aceitar também retirar ações judiciais obtidas contra prejuízos com o déficit.

A Aneel apresentou duas propostas de apoio às usinas hídricas, sendo uma voltada às que venderam energia no mercado regulado, para distribuidoras, e outra para as que comercializam livremente a energia no mercado.

Segundo Setas, a proposta para as usinas do mercado livre recebeu muitas críticas das geradoras, durante a reunião com a Aneel, por ser menos atraente que a destinada ao mercado regulado.

"Podem surgir decisões distintas (entre aderir ao acordo)... para usinas no ambiente regulado e ambiente livre", adiantou Setas, referindo-se à análise preliminar da própria EDP sobre os acordos propostos.

Enquanto o assunto é discutido, a EDP Brasil mantém 11 por cento de sua energia disponível para o ano de 2016 descontratada, como proteção contra novas perdas com a seca. Mas a empresa poderá fechar mais contratos de venda caso decida aderir à proposta da Aneel para solucionar o déficit hídrico, disse Setas durante a teleconferência.

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