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EDF negocia comprar fatia da Petrobras em térmica

"A Petrobras colocou à venda essa fatia e não teve nenhuma proposta. Nós, então, estamos negociando isso com eles", disse diretor da EDF Norte Fluminense


	Sede da EDF: empresa também está prestes a ingressar no segmento de energia renováveis no Brasil
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Sede da EDF: empresa também está prestes a ingressar no segmento de energia renováveis no Brasil (Wikipedia)

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Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2013 às 15h28.

Rio - A EDF negocia a compra da fatia de 10% que a Petrobras detém na térmica a gás natural Norte Fluminense, revelou nesta sexta-feira, 22, o diretor financeiro-administrativo da EDF Norte Fluminense, Carlos Alberto Afonso.

"A Petrobras colocou à venda essa fatia e não teve nenhuma proposta. Nós, então, estamos negociando isso com eles", disse, após participar de evento na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).

A EDF detém 90% de participação societária na usina, que tem capacidade instalada de 780 megawatts (MW) e está localizada em Macaé, no norte do estado. Afonso afirmou que as conversas entre as partes estão num estágio avançado e a expectativa é de que o negócio seja concluído ainda em dezembro.

A decisão da estatal de vender a participação na termelétrica faz parte da estratégia de desinvestimentos de ativos não alinhados com o core business - a meta perseguida para a venda de ativos é de US$ 9,9 bilhões.

De acordo com ele, a presença da Petrobras como sócia fazia sentido estratégico no passado para tornar viável o fornecimento de gás à térmica. Hoje em dia, no entanto, a presença da empresa tem restringido as possibilidades de expansão da EDF Norte Fluminense. "A ideia de comprarmos os 10% é para ficarmos livres para fazermos o que quisermos com a EDF Norte Fluminense", disse.

A intenção da EDF é se valer a EDF Norte Fluminense para ser um veículo de crescimento das operações no Brasil. "Poderíamos nos associar com outras empresas. Poderíamos criar uma nova joint venture, e outras empresas entrariam com o seus ativos e nós entraríamos com os ativos da Norte Fluminense. Têm 'n' modelos de alavancagem", afirmou.

Energia renovável

A EDF também está prestes a ingressar no segmento de energia renováveis no Brasil. O diretor financeiro-administrativo da EDF Norte Fluminense revelou que a subsidiária de energia renováveis, a EDF Energies Nouvelles, desembarca no país em busca de novas oportunidades de crescimento. "Essa companhia já esteve no Brasil e está vindo de novo, focando energia eólica e solar", disse.

Afonso afirmou que os franceses estão bastante interessados com a dinâmica do mercado de energia eólica no Brasil, hoje um dos que mais cresce no mundo, e nas perspectivas de expansão da energia solar na matriz energética brasileira. "Há uma certeza expectativa no mercado de que o governo irá promover um leilão específico para solar. O próprio Tolmasquim (presidente da EPE) andou falando isso. Se for isso, é possível que a gente consiga entrar", afirmou.


A EDF Energies Nouvelles é uma das maiores operadores de energias renováveis do mundo. Ao final de junho deste ano, a capacidade instalada era de 6,358 mil MW e outros 1,493 mil MW estão em fase de construção. Seu faturamento em 2012 foi de 1,471 bilhão de euros e o lucro, 78 milhões de euros. O executivo sinalizou que a companhia não está buscando oportunidades em térmicas a biomassa no Brasil.

Hidrelétrica

Afonso disse que a EDF tem interesse em disputar a concessão da hidrelétrica São Manoel, que possivelmente será licitado pelo governo federal no segundo leilão de energia nova A-5 de 2013, marcado para dezembro. "Já estamos conversando com alguns grupos para São Manoel, outra usina do Rio Teles Pires (MT-PA) que estamos buscando parcerias", afirmou.

O interesse por São Manoel (700 MW de capacidade instalada) marca mais uma tentativa da EDF de retomar os seus planos de expansão no setor elétrico brasileiro, momentaneamente interrompidos após a venda do controle acionário da Light para a estatal mineira Cemig em 2006. O executivo disse que a EDF já havia tentado ganhar a concessão da usina Sinop, licitada no leilão A-5 de agosto deste ano, em parceria com a Cemig, mas foi derrotada pelo consórcio da Eletrobras.

Além da hidreletricidade, o executivo também citou os planos frustrados de investimentos em novas termelétricas a gás natural no Brasil. Após a venda da Light para a Cemig, o único ativo remanescente da EDF no país é a térmica a gás Norte Fluminense, na qual a companhia francesa detém 90% de participação e a Petrobras, 10%.

Por falta de gás, a companhia não conseguiu levar adiante o seu plano de construir novas usinas no país. Para o leilão A-5 de dezembro, a companhia chegou a cadastrar o projeto da térmica Paracambi (RJ), mas não foi habilitada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) por não apresentar um contrato de combustível com um fornecedor de gás - a Petrobras informou aos agentes do mercado que novamente não teria gás para fornecer neste leilão.

Afonso explicou que o projeto de Paracambi está pronto e, inclusive, passou por uma revisão que elevou significativamente a sua capacidade instalada. Originalmente, a usina teria a potência de 550 MW. A nova versão da usina prevê o uso de uma nova tecnologia de turbinas a gás da alemã Siemens, o que possibilitou elevar a capacidade de geração da usina para 800 MW.

A intenção da EDF é novamente tentar vender a energia da termelétrica nos leilões de energia nova de 2014. "Quem sabe com o retorno do gás, que parece que a partir de 2014 é grande a possibilidade de ter gás, a gente consiga ir para o leilão para fazer Paracambi", afirmou o executivo.

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