Edemar Cid Ferreira, ex-dono do Banco Santos: ele foi despejado por inadimplência (VEJA/Reprodução)
Da Redação
Publicado em 8 de janeiro de 2013 às 12h51.
São Paulo - O ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira foi impedido ontem de entrar em sua mansão no Morumbi, em São Paulo, apesar de ter uma ordem judicial que lhe permitia catalogar ainda no local seus bens pessoais, como roupas, objetos de quarto e utensílios de cozinha.
Edemar chegou à mansão de onde foi despejado em janeiro com três de seus advogados, mas sua entrada não foi autorizada pelo funcionário Antonio Fernando Peixe. Ele disse ter recebido ordens do depositário da residência e gestor da massa falida do Banco Santos, Vânio Aguiar.
A polícia foi chamada, e Peixe foi levado à 34.ª DP, na Vila Sônia, onde um boletim de ocorrência por desobediência à ordem judicial foi emitido. O funcionário não foi preso.
O juiz Régis Bonvicino, autor do despacho que permitia que o ex-banqueiro catalogasse seus bens pessoais, chegou a ir ao local para confirmar o descumprimento da ordem. Após a chegada do magistrado, os advogados conseguiram entrar na casa, mas decidiram não fazer o levantamento porque parte do prazo estabelecido (das 14h às 18h) já havia passado.
Após constatar o descumprimento, Bonvicino e todos os outros envolvidos no caso foram ao Fórum de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista. Os advogados do ex-banqueiro, por conta da desobediência à ordem judicial, pediram a destituição de Vânio Aguiar como depositário da residência.
O próprio Edemar esteve presente na audiência sobre o caso, que terminou por volta das 20h30, sem uma decisão. O juiz permitiu que o Ministério Público (MP) analisasse o processo antes de proferir a sentença.
Procurado, Vânio Aguiar disse estar em um hospital por volta das 18h. As ligações posteriores não foram atendidas. O advogado de Aguiar também não quis prestar declarações no fórum.
Segundo Bonvicino, porém, Aguiar esteve em seu gabinete por volta das 13h40 para estudar detalhes do processo. Saiu do gabinete pouco antes do horário em que deveria supervisionar a visita dos advogados do ex-banqueiro. Deixou de presente ao juiz um livro: Honoráveis Bandidos, sobre a família Sarney.