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É hora de voltar a viajar a trabalho? Azul acha que sim; ações disparam 9%

Até o final do ano, a empresa espera que as reservas de viagens corporativas cheguem a 35% do total do ano passado - e 80% no mercado doméstico de turismo

 (Germano Lüders/Exame)

(Germano Lüders/Exame)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 16 de novembro de 2020 às 14h49.

Última atualização em 17 de novembro de 2020 às 14h08.

A Azul acredita que, mais cedo ou mais tarde, as viagens corporativas irão retornar com força. A companhia aérea postou um prejuízo de 1,2 bilhão no terceiro trimestre do ano, mas já vê fortes indícios de retomada e prevê crescer com viagens domésticas, transporte de cargas e até viagens corporativas. Apesar das perdas bilionárias, o otimismo da empresa inspirou o mercado e as ações estão em alta de 9,24% às 14h30. 

A volta às viagens aéreas está ocorrendo principalmente pelos voos domésticas de turismo. Em setembro, a capacidade doméstica da Azul representou 49% em relação ao mesmo período do ano passado, e até dezembro, a expectativa é que supere 80%. Até o final deste ano, a Azul voltará a voar para 113 dos 116 destinos servidos no início de 2020, uma recuperação de 97% da malha em termos de cidades atendidas.

As viagens corporativas, porém, começam a ganhar força. Antes da pandemia, esse segmento correspondia a 61% das receitas e, em abril, a fatia foi de 5%. Em outubro, as vendas corporativas já representam 26% do total de reservas. O preço médio da tarifa corporativa também se recuperou. Está apenas 4% abaixo do valor do ano passado e acima dos concorrentes, afirma a empresa.

Até o final do ano, a empresa espera que as reservas desse segmento cheguem a 35% do total do ano passado - e 80% no mercado doméstico - com recuperação de 60% a 70% até julho do ano que vem. 

Para John Rodgerson, presidente da Azul, essa volta é apenas uma questão de tempo. Com a implementação e divulgação das medidas de segurança, "as pessoas não estão com medo de viajar. Estão trabalhando remotamente porque podem. Mas depois do primeiro negócio que perderem porque o competidor visitou o cliente e elas não, as pessoas voltarão a voar", afirmou o executivo.

A volta desigual às viagens

A retomada nas viagens corporativas não é homogênea - há indústrias que já voltaram a voar e outras que ainda mantêm o trabalho remoto. O setor financeiro, por exemplo, mantém as atividades remotas, enquanto o setor de óleo e gás já retornou aos voos, diz a empresa. Mesmo entre empresas de um mesmo segmento, há aquelas que já voltaram a realizar reuniões presenciais e outras que continuam a usar apenas ferramentas de teleconferência, dizem executivos da Azul.

Além disso, a recuperação é desigual por todo o Brasil. A região Norte tem cidades isoladas nas quais o transporte aéreo acaba sendo a opção mais rápida. Já no Centro-Oeste há uma grande demanda do setor agropecuário, com poder econômico grande, mas sem a necessidade de transportar muitos passageiros. Além disso, o interior do país foi menos impactado pelo coronavírus e, por isso, o foco na aviação regional dá vantagens para a Azul, que atende 113 cidades.

 

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