Renato Velloso, CEO do dr.consulta, Marcus Vinícius Gimenes, fundador e CEO da cuidar.me e Thomaz Srougi, fundador e presidente executivo do conselho de administração do dr.consulta (dr.consulta/cuidar.me/Divulgação)
Marina Filippe
Publicado em 16 de dezembro de 2021 às 23h00.
Última atualização em 17 de dezembro de 2021 às 11h07.
Com mais de três milhões de pessoas atendidas em operações físicas e digitais, a empresa de saúde dr.consulta decidiu investir na startup de planos de saúde cuidar.me. O objetivo é ampliar a oferta de saúde de qualidade a um preço acessível ao oferecer um plano semiverticalizado a partir de R$ 169, segundo as companhias, uma mensalidade 30% menor que a da concorrência.
O investimento na cuidar.me pode ser convertido em sociedade e o dr.consulta tem a opção de comprar a totalidade das ações da startup em até 18 meses, uma operação que precisará ser aprovada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), como determina a regulamentação em vigor.
O aporte, neste momento, tem o propósito de disponibilizar um plano de saúde acessível à população. “Com um modelo assistencial comprovadamente sólido, alavancado por tecnologias proprietárias, reduzimos custo médico sem sacrificar qualidade. Por isto, temos a tranquilidade de continuar evoluindo no nosso modelo de negócio com um plano de saúde inteligente, ético, e de baixo custo", diz Thomaz Srougi, fundador e presidente executivo do conselho de administração do dr.consulta.
Segundo Srougi, uma das grandes vantagens da parceria com a cuida.me é poder oferecer os planos diretamente para as 4,5 milhões de pessoas que já possuem cadastro no dr.consulta. Agora, os usuários podem escolher entre três tipos de acesso à saúde: pagar somente pelo que usarem; pagar uma assinatura e ter descontos nos serviços, medicação e academias (Yalo); ou ter cobertura total, incluindo atendimento hospitalar (cuidar.me).
“O usuário quer se sentir protegido, gastar menos e ter o melhor cuidado. Já as empresas precisam ter uma equação que entregue qualidade e rentabilidade, o que é extremamente difícil nesse mercado. O nosso modelo de atendimento híbrido, aliado a base de dados clínicos, e grande parte da jornada digitalizada, nos possibilita cuidar da saúde e não apenas gerir a doença. Além de melhorar a qualidade de vida das pessoas, reduzimos a sinistralidade, que é o grande problema das operadoras de saúde”, afirma Renato Velloso, CEO do dr.consulta.
Dados da ANS mostram que a sinistralidade média das operadoras é de 82%. Já o índice de alguns planos novos, que tentam baratear esses produtos, ultrapassa os 100%. No dr.consulta, a taxa de um plano em parceria com a SulAmérica é de 54%.
Além disto, em 2020, a receita líquida da companhia foi de R$ 261 milhões e a margem de Ebitda de 3%. A previsão é terminar 2021 com R$ 315 milhões e margem de Ebitda de 10%. Além dos resultados financeiros, o dr.consulta afirma ter satisfação médica de 90%, e satisfação dos pacientes com nota 84 na metodologia NPS (Net Promoter Score), medida numa escala de -100 a 100.
Com o uso de dados, inteligência artificial e machine learning, além da qualificação do corpo clinico, o dr.consulta reduziu em cerca de 40% a quantidade de exames solicitados. Assim, enquanto na saúde suplementar, são pedidos de 5 a 10 exames por consulta, na healthtech a média é de 2,2 exames.
Isso faz com que os pacientes economizem em exames desnecessários e tenham um diagnóstico mais ágil e assertivo, baseado em evidências médico-científicas. "Desenvolvemos um sistema próprio que ajuda o médico num diagnóstico mais preciso e ainda dá a oportunidade de que ele tenha mais tempo para atender o paciente de fato", diz Srougi.
O plano de saúde será semiverticalizado e contará com a rede assistencial completa de atenção primária e secundária, com prontuário e protocolos médicos padronizados, permitindo a integração de toda a operação até a alta complexidade, junto aos hospitais credenciados.
Esse ecossistema permite que 80% das necessidades dos pacientes sejam resolvidas no próprio dr.consulta, e o paciente vá para hospitais da rede credenciada somente quando for realmente necessário.
"Buscamos hospitais com certificações importantes e aceitação dos usuários. Com o usuário trabalhamos num modelo de prevenção para que ele não adoeça e, quando precisar do serviço, já esteja bem amparado. Na ponta dos hospitais temos precificações acordadas de modo que eles busquem maior eficiência para a operação e para quem está em atendimento", diz Marcus Vinícius Gimenes, fundador e CEO da cuidar.me.
Inicialmente, o plano cuidar.me em parceria com o dr.consulta será oferecido exclusivamente a moradores e trabalhadores da capital e região metropolitana de São Paulo. A previsão é fechar o primeiro ano com 12 mil vidas, que terão acesso a consultas médicas em 60 especialidades no dr.consulta, além de mais de três mil tipos de serviços, incluindo exames de análises clínicas e imagens, telemedicina, outras formas de atendimento virtual, microprocedimentos e cirurgias.
Além de uma rede credenciada com mais de 20 hospitais de São Paulo, entre eles, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Hospital Samaritano Paulista e Hospital e Maternidade Santa Joana. Assim como hospitais especializados, atendimento para urgências, emergências e maternidades.
“Em julho deste ano iniciamos a jornada com uma nova proposta, oferecendo acesso a hospitais, e agora, com o dr.consulta, passaremos a ter as atenções primária e secundária e entregar uma solução completa”, diz Gimenes.