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Dono da Starbucks no Brasil assume operação da Subway

O investidor americano Ken Pope, responsável pela operação no Starbucks no Brasil, quer agora replicar modelo de expansão da cafeteria na rede de sanduíches

Subway: investidor americano vira maior franqueador da rede (Subway/Divulgação)

Subway: investidor americano vira maior franqueador da rede (Subway/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de maio de 2022 às 09h35.

Até pouco tempo atrás, as cafeterias Starbucks estavam presentes apenas nos Estados de São Paulo e no Rio de Janeiro. Isso começou a mudar a partir de 2018, quando o investidor americano Ken Pope, baseado no Brasil há 14 anos, assumiu a marca por aqui. Desde então, a rede cresceu em cerca de 60 lojas e chegou a sete Estados. Agora, o investidor quer garantir a expansão de outra marca americana por aqui: a Subway.

Por trás da SouthRock Capital, fundo especializado em investimentos no setor de alimentos e bebidas, está Pope, de 37 anos. O executivo está no Brasil desde 2008, quando fez uma visita ao País logo após terminar a universidade nos EUA.

"Estava procurando uma oportunidade em um setor que eu amo trabalhar, que é o varejo de alimentos e bebidas. Tem sido um prazer absoluto até agora. E estou ansioso para as várias décadas que virão neste país e nesta indústria", disse Pope ao Estadão.

No caso da Subway, o primeiro contrato de Pope com a empresa ocorreu no fim de 2021. Ao contrário do que ocorria com a Starbucks, que ainda tinha presença tímida no País, a Subway já tem um porte considerável: são 1,6 mil lojas, nas 27 unidades da federação. O Brasil já é o quarto maior mercado da rede de fast-food.

Agora franqueador master da companhia no País, Pope vê espaço para mais inaugurações, com lojas mais próximas umas às outras. Além de colocar o pé no acelerador, ele também quer criar novos formatos de lojas. É o primeiro contrato do tipo que a Subway fecha na América Latina.

A Subway, porém, passa por um momento difícil. Fundador da Food Consulting, o consultor Sergio Molinari lembra que a empresa passou por um período de enxugamento de operações no País - cerca de 500 unidades fecharam as portas. "Acredito que as lojas que fecharam já estavam no fio da navalha ou com sobreposição", diz o especialista.

Apesar de os números do setor estarem melhorando com o arrefecimento da pandemia, 38% dos bares e restaurantes operaram com prejuízo em fevereiro, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), entidade que reúne o setor. Mesmo marcas maiores tiveram problemas: a IMC, empresa de capital aberto que é dona do KFC e da Pizza Hut no País, por exemplo, fez demissões e postergou a abertura de lojas.

O momento de recuperação para a alimentação fora de casa é positivo, por causa da demanda que ficou represada na pandemia, mas Molinari acredita que o investidor fará uma análise criteriosa dos ativos. "O raciocínio será mais financista, e as lojas serão abertas só onde houver viabilidade econômica e comercial", diz.

Sem metas

Apesar de dizer que o plano é de expansão, Ken Pope não revelou a projeção de inaugurações para a Subway ou para Starbucks - no caso da rede de cafeterias, foram abertas cerca de 60 lojas em quatro anos (a empresa tinha 113 unidades em 2018).

Pope ganhou força no Brasil ao assumir a Starbucks após a marca ter ficado um tempo sob a gestão da matriz. A rede foi trazida ao País pela empresária Maria Luísa Rodenbeck, que morreu em um acidente de carro, em 2007 - ela já havia sido a responsável pela implantação do McDonald’s por aqui, no fim dos anos 1970.

Além da Starbucks e da Subway, a SouthRock tem em seu portfólio também os direitos da rede TGI Fridays - modelo que nunca "pegou" por aqui - e também a Brazil Airport Restaurants, voltada a praças de alimentação de aeroportos.

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