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Dona da Zara revisará condições trabalhistas de fornecedores no Brasil

As autoridades brasileiras emitiram 52 autos de infração contra duas subcontratadas que produzem roupas e fornecem para a marca no Brasil, onde há trabalho escravo

A companhia espanhola exigiu ao fornecedor responsável pela subcontratação irregular que reverta à situação imediatamente (Getty Images)

A companhia espanhola exigiu ao fornecedor responsável pela subcontratação irregular que reverta à situação imediatamente (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2011 às 10h10.

Madri - O grupo Inditex, proprietário da marca Zara, vai revisar em colaboração com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) do Brasil a revisão do sistema de produção de seus fornecedores no país para garantir que não haja exploração dos funcionários, informou nesta quinta-feira a companhia espanhola.

Ao todo, as autoridades brasileiras emitiram 52 autos de infração contra duas subcontratadas que produzem roupas e fornecem para a Inditex no Brasil, onde as costureiras trabalhavam em condições de escravidão.

"Esse caso representa uma grave infração ao Código de Conduta para Fabricantes e oficinas externas da Inditex, que esse fabricante havia assumido contratualmente", afirmou a multinacional têxtil, que lembrou que o código estipula a máxima proteção aos direitos dos trabalhadores.

A companhia espanhola exigiu ao fornecedor responsável pela subcontratação irregular que reverta à situação imediatamente.

O fornecedor assumiu as compensações econômicas aos trabalhadores e vai corrigir as condições trabalhistas de sua terceirizada "para situá-las ao nível no qual estão as instalações auditadas e aprovadas pelas inspeções correspondentes da Inditex".

A Inditex conta no Brasil com cerca de 50 fornecedores estáveis que somam mais de 7 mil empregos e, conforme a companhia, seu sistema de auditoria social permite assegurar que as condições de trabalho na cadeia de produção têm "um nível geral ótimo".

O grupo espanhol agradeceu a atuação do MTE e sua disponibilidade em colaborar na promoção de melhores condições para a indústria têxtil do país.

Os expedientes foram emitidos após as inspeções realizadas em duas oficinas que fabricam roupa para a empresa AHA, que fornece 90% de sua produção à empresa espanhola.

Autoridades brasileiras identificaram nesses ateliês, que também serviam de moradia, ao menos 15 costureiras, entre elas uma adolescente, que trabalham em condições precárias, com jornadas superiores a 12 horas e recebiam salários entre R$ 246 e R$ 458.

Inditex, proprietário de marcas como Zara, Massimo Dutti e Pull & Bear, tem presença em 78 mercados de cinco continentes, com mais de 5,2 mil lojas.

No ano passado, foram abertas as primeiras lojas do grupo na Bulgária, Índia e Cazaquistão, e em 2011 a Inditex entrou na Austrália.

A previsão é que antes do final do ano, a multinacional estabelecida na região espanhola da Galícia (norte) entre na África do Sul, Taiwan e Peru.

Em 21 de junho, Inditex se transformou no primeiro grupo têxtil do mundo depois da capitalização na bolsa, ao alcançar os US$ 38,5 bilhões, superando o grupo sueco H&M.

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