Negócios

Dona da Versace admite dois erros que causaram queda nas vendas

A Capri Holdings, proprietária da Versace, informou que houve uma queda de 15% na receita da marca italiana em comparação com o ano anterior

Publicado em 6 de fevereiro de 2025 às 08h56.

A Capri Holdings, dona da marca de luxo Versace, informou que o faturamento da grife italiana no quarto trimestre de 2024 caiu 15% em relação ao mesmo período do ano anterior. As vendas caíram 21% nas Américas e 11% na Ásia, segundo o balanço divulgado na última quarta-feira, 5. Ao todo, a marca faturou US$ 193 milhões nos últimos três meses do ano passado.

O CEO da Capri, John Idol, em teleconferência com os investidores, disse que dois fatores contribuíram para o desempenho abaixo do esperado da Versace: a ênfase excessiva na tendência de "quiet luxury" (luxo discreto) e a redução do número de produtos de preços mais baixos.

No final de 2023, a Capri começou a mudar o posicionamento da Versace para dar maior ênfase ao luxo e às peças artesanais. Segundo o CEO, a estratégia foi bem sucedida e agradou os principais clientes da marca, que responderam positivamente à mudança para produtos mais sofisticados.

No entanto, o reposicionamento reduziu a oferta de produtos mais acessíveis, o que afetou negativamente as vendas no varejo. A Capri também diminuiu as liquidações de fim de estação das lojas como parte da estratégia de elevação do perfil da marca, o que gerou impactos imediatos na receita.

O CEO disse que, no próximo ano fiscal, a marca vai tentar atingir “o equilíbrio ideal entre uma oferta de produtos sofisticada e divertida". Para isso, a grife irá lançar uma gama maior de produtos, de modo a atender diversos perfis de consumidores de luxo.

O fim do “quiet luxury”

A tendência de luxo discreto, caracterizada por peças mais neutras e sem logotipo, pode ter prejudicado a indústria de luxo, segundo os analistas do Bank of America.

Em um relatório publicado em janeiro, eles disseram que a tendência aumentou o número de imitações no mercado, o que resultou em uma demanda menor por produtos de luxo.

Os analistas do banco acreditam que a indústria de luxo precisa voltar a lançar coleções criativas, com conteúdo de moda e novidade, em vez de continuar perseguindo tendências mais simples. "Para restabelecer barreiras de entrada mais fortes, acreditamos que o logotipo e o conteúdo de moda são importantes", escreveram.

Acompanhe tudo sobre:VersaceLuxoMarcas

Mais de Negócios

38 franquias baratas a partir de R$ 4.990 para trabalhar em cidades pequenas (e no interior)

Quais são os maiores supermercados do Rio Grande do Sul? Veja ranking

Brasileiro mais rico trabalhou apenas um ano para acumular fortuna de R$ 220 bilhões

Quais são os maiores supermercados do Nordeste? Veja quanto eles faturam