Negócios

Dona da Sensodyne usa música para incentivar funcionários

Entrosamento de uma banda de jazz serviu de exemplo para equipe da GlaxoSmithKline; veja como

Traditional Jazz Band: grupo toca para funcionários de vendas da GlaxoSmithKline (Divulgação)

Traditional Jazz Band: grupo toca para funcionários de vendas da GlaxoSmithKline (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2011 às 06h00.

São Paulo – Os integrantes da banda entraram no palco um a um. O músico que chegava tocava um solo até chegar o próximo, e assim por diante. A apresentação seria ótima se não fosse por um detalhe: eles não tocaram juntos em nenhum momento da abertura. Foi assim que começou a apresentação da Traditional Jazz Band para funcionários de vendas da farmacêutica GlaxoSmithKline, em um congresso em Florianópolis, Santa Catarina. Essa postura individualista dos músicos foi, na verdade, uma forma de mostrar como o trabalho em equipe é importante para fazer com que as coisas funcionem com harmonia e ritmo.

Como em uma banda de jazz, o dia a dia de uma empresa necessita de muita sintonia para que os integrantes possam render mais e melhor. “Em banda de jazz não tem maestro, não tem líder, porque todos tem responsabilidade sobre o produto final”, diz Alcides “Cidão” de Oliveira Lima, “mestre sem cerimônias”, baterista da banda e condutor da palestra-show. Foi pensando nisso que João Carlos Correia, gerente de desenvolvimento gerencial da Glaxo, entrou em contato com o pessoal da Traditional e convidou-os para fazer a palestra.

Aprendizado

João Carlos conta que os 25 funcionários de vendas da empresa que assistiram à apresentação trabalham em unidades e cidades diferentes - e isso faz com que esse aprendizado seja ainda mais importante. “Independentemente das competências de cada um, dos conhecimentos, não dá pra trabalhar de forma isolada, tem que ter união”, afirma. Cidão explica que, antes de fazer qualquer apresentação, a banda conversa com os gestores das empresas e faz um “briefing” com o tema principal que a empresa quer chamar a atenção. A partir desse detalhamento, a banda prepara o show e usa boa dose de improviso para interagir com a plateia.

Na apresentação da Glaxo, João Carlos fez questão de trabalhar três aspectos que considera importantes: o trabalho em equipe em si, o respeito às individualidades e a força do grupo. Com brincadeiras, demonstrações de descompasso entre os integrantes, e a atuação de problemas de relacionamento entre eles, o grupo trabalhou questões como as consequências do excesso de vaidade em uma equipe. “Se um assume o instrumento do outro, existe um conflito e cada um fica tentando tocar o instrumento que não conhece. Isso não dá certo”, diz João Carlos.


Além da vaidade, outras características individuais são trabalhadas para que sejam compreendidas, toleradas e para que não atrapalhem o andamento do grupo. E com um exercício em que a plateia precisa acompanhar os instrumentos na música, os funcionários tiveram outro aprendizado. “Com esforço pessoal, acreditando que pode, não importa se você tem ou não habilidade, o grupo acaba superando”, afirma o gerente.

Outros trabalhos

A música é apenas um dos instrumentos que a GlaxoSmithKline usa para motivas os funcionários e desenvolver conceitos como trabalho em equipe. João Carlos conta que já organizou encontros em que os vendedores tinham que encarnar o papel de funcionários de uma pizzaria para melhorar as habilidades de atendimento ao cliente. “Tinha o pizzaiolo, o garçom, o maître e todos tinham que trabalhar em harmonia para serem bem avaliados pelos clientes, que eram atores contratados”, conta.

Em outra ocasião, a mesma equipe de vendas foi levada a uma arena de paintball (jogo em que duas equipes usam pistolas de tinta e entram em “guerra”). Dessa vez, o grupo aprendia, na prática, como conquistar territórios. “Nesse dia, a equipe exercitou estratégia, teve que elaborar um esquema tático, administrou os recursos (a munição) e tinha que ter a ambição de conquistar um objetivo”, afirma João Carlos. Com a ajuda da música, da tinta e da pizza, o gerente da farmacêutica considera que os resultados estão aparecendo. Para ele, mesmo longe uns dos outros geograficamente, os vendedores estão tendo mais sinergia para trabalhar e ter um rendimento melhor.
 

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas inglesasgestao-de-negociosGlaxoSmithKlineprodutividade-no-trabalhoResultadoTreinamento

Mais de Negócios

20 franquias a partir de R$ 7 mil para você investir no interior

Campeões da contratação: por que alguns profissionais são mais cobiçados que outros?

Revolução em uma xícara: como a Nespresso mudou a forma como as pessoas tomam café

Maria Isabel Antonini assume como CEO do G4 Educação no lugar de Tallis Gomes