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Dona da Nextel pede recuperação

Objetivo é renegociar as dívidas da NII Holdings, dona da operadora Nextel no Brasi, que chegam a US$ 5,8 bilhões


	Loja da Nextel: a decisão reacende o debate sobre o destino da empresa
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Loja da Nextel: a decisão reacende o debate sobre o destino da empresa (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2014 às 08h46.

São Paulo - A NII Holdings, dona da operadora Nextel no Brasil, solicitou na segunda-feira, 15, a proteção do capítulo 11 da Lei de Falências americana para renegociar suas dívidas, que chegam a US$ 5,8 bilhões. Embora o procedimento, que seria próximo a um pedido de recuperação judicial no mercado brasileiro, não envolva diretamente a Nextel, a decisão reacende o debate sobre o destino da empresa, que tem cerca de 4 milhões de clientes no País e faturou R$ 376 milhões no segundo trimestre - quase metade de toda a receita da NII.

A Nextel passou por uma correção de trajetória ao longo dos últimos dois anos. A empresa, ainda mais conhecida pelo serviço de rádio, está tentando modificar a sua oferta, focando principalmente na internet 3G. A companhia teria investido R$ 500 milhões, tanto em ampliação da rede quanto em marketing, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, no ano de 2013.

A expectativa dentro da Nextel é de ampliar esse investimento para até R$ 1 bilhão em 2015, caso a holding consiga alongar o perfil de seu endividamento.

O problema, segundo fontes de mercado, é que a empresa perdeu competitividade nos últimos anos. Com o serviço de rádio, a companhia concentrava sua clientela no setor corporativo. Desde 2009, quando a TIM começou a oferecer chamadas ilimitadas dentro de sua rede, sendo seguida rapidamente pelas demais operadoras, essa vantagem competitiva passou a se esvair. A empresa também precisava se adaptar à realidade atual, focada em dados.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, no ano passado, o presidente da operação local da Nextel, Gokul Hemmady, admitiu que a empresa também deu um passo em falso ao terceirizar a manutenção de sua rede e do serviço de tecnologia da informação a companhias como Nokia Siemens, Huawei e HP. A decisão, segundo fontes, reduziu custos e aumentou a rentabilidade em um primeiro momento.

Mas a estratégia se revelou uma má ideia, pois afetou até mesmo o atendimento ao cliente da empresa. O próprio Hemmady providenciou a contratação de 400 funcionários para que o controle dos serviços voltasse a ser feito dentro de casa.

Sem a vantagem competitiva dos tempos do rádio, a empresa se viu obrigada a brigar diretamente com as gigantes do mercado. Lançou com atraso o serviço de internet 3G e começou a oferecer o 4G em junho, apenas no Rio.

A empresa agora aposta em ofertas agressivas - com comerciais que comparam seus preços aos das demais operadoras - para ampliar sua base de assinantes. A companhia hoje tem mais de 1 milhão de linhas ativas, mas sua participação de mercado ainda é inferior a 0,5%.

Venda

Uma das opções para o negócio seria a venda da operadora brasileira. Além de ter mais de 1 milhão de assinantes de telefonia celular, concentrados em São Paulo e no Rio de Janeiro, a Nextel ainda contabiliza mais 3 milhões de usuários no rádio. Apesar de a tecnologia ser considerada superada, a empresa pretende manter o serviço por mais alguns anos.

Dentro da Nextel, executivos trabalham com a possibilidade da venda do negócio. Para especialistas no setor, essa é inclusive a saída mais provável dada a situação da NII.

Mas, para que a Nextel não acabe entregue por um valor muito baixo, o melhor que a holding teria a fazer seria tentar melhorar suas margens no País, para que um concorrente esteja disposto a pagar mais pela operação.

É o que a Nextel vem tentando fazer. Depois de ver sua receita média por usuário cair 30% no segundo trimestre de 2014, em relação ao mesmo período do ano passado, a empresa diz esperar que a expansão de sua rede de internet reverta o quadro.

A Nextel afirma que, desde que iniciou a oferta de 3G, há exatamente um ano, a receita média dos novos clientes já subiu aproximadamente 50%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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