Negócios

Domino’s usa crise para crescer no Brasil

“A Domino’s nasceu com vocação para delivery”, afirma o presidente, que não se preocupa com apps como iFood, Uber Eats ou Spoon Rocket

Pizza da Domino's:  (Proformabooks/Thinkstock)

Pizza da Domino's: (Proformabooks/Thinkstock)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 5 de novembro de 2017 às 08h00.

Última atualização em 5 de novembro de 2017 às 08h00.

São Paulo – A Domino’s pegou carona na crise econômica para abrir unidades e aumentar o faturamento.

Enquanto os consumidores deixavam de visitar shopping centers, a empresa crescia com delivery. O preço por pessoa ao dividir uma pizza também é mais baixo que a média no fast food, outro motivo que impulsionou a rede, diz Antonio Leite, CEO do Grupo Trigo, controlador da marca no país.

O Grupo também engloba a rede de comida japonesa Koni e a de massas italianas Spoleto.

De acordo com Leite, o mercado de delivery cresceu 11% no ano passado. Já a Domino’s viu seu faturamento subir 32,4% em 2016, para 273,5 milhões de reais.

A empresa prevê crescer de 20% a 25% em 2017 – de janeiro a agosto, o faturamento já bateu 211,1 milhões de reais. O Brasil está entre os mercados que mais crescem. Nos Estados Unidos, as vendas subiram 9,5% em 2016 e, globalmente, 11,85%.

O crescimento expressivo no país também pode ser explicado pela base pequena de comparação. A Domino's tem apenas 193 unidades no Brasil, enquanto no mundo são 14,4 mil restaurantes.

O McDonald’s, por exemplo, tem 900 unidades no país, o Burger King tem 480 e o Bob’s, mais de 1.100. A Pizza Hut tem 90 restaurantes no Brasil.

A rede abrirá 40 lojas no país até o final de 2017 e deve manter o mesmo ritmo de aberturas para 2018. A expansão deve se concentrar na Grande São Paulo e região Sul do país.

No mundo todo, a companhia adicionou 1.281 novas lojas ao longo do último ano. Isso ajudou o lucro líquido global a aumentar em 33,5% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior.

Delivery e digital

Cerca de 80% do faturamento da empresa no país vêm de lojas de rua, principalmente usadas como bases para delivery. Os outros 20% vêm de lojas de shopping ou aeroportos.

“A Domino’s nasceu como empresa de nicho, com vocação para delivery”, afirma o presidente. Mesmo assim, ele diz que não se preocupa com o surgimento dos aplicativos de entregas de alimentos, como iFood, Uber Eats ou Spoon Rocket.

"O surgimento desses marketplaces de alimentos tem um impacto positivo para o nosso negócio, porque ajuda a criar essa cultura de pedir comida pelo meio digital", afirma Leite.

Ele não se perturba com a concorrência, "porque para muitos restaurantes a entrega é só mais um canal de venda e muitos produtos não nasceram pensados para a entrega, para chegar com qualidade na casa dos clientes", diz.

O próximo motor de expansão deverá ser o meio digital, acredita o CEO. Por enquanto, 2% de todas as vendas de restaurantes são feitas pela internet, segundo o presidente. Na Domino's do Brasil, são 20%. A fatia ainda é pequena perto de outros países: na China, 73% dos pedidos na Domino's são feitos pela internet.

 

Acompanhe tudo sobre:ConcorrênciaDomino'sFast foodPizzarias

Mais de Negócios

As 15 cidades com mais bilionários no mundo — e uma delas é brasileira

A força do afroempreendedorismo

Mitsubishi Cup celebra 25 anos fazendo do rally um estilo de vida

Toyota investe R$ 160 milhões em novo centro de distribuição logístico e amplia operação