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Dominante online, AliExpress abre primeira loja física fora da China

Varejista de comércio eletrônico do grupo Alibaba abriu loja sem estoque na Espanha para aumentar presença da marca na Europa

 (Sefa Karacan/Anadolu Agency/Getty Images)

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Carolina Riveira

Publicado em 30 de agosto de 2019 às 15h14.

Última atualização em 5 de dezembro de 2019 às 17h47.

Empresas que nasceram no comércio digital estão voltando cada vez mais seus olhos para o mundo físico. Líder absoluta do comércio eletrônico mundial, a Amazon tem mais de 100 lojas nos Estados Unidos. Sua concorrente chinesa, a Alibaba, quer ir pelo mesmo caminho.

A companhia de comércio eletrônico AliExpress, uma das empresas do grupo Alibaba, tirou do papel sua primeira loja física na Europa e a primeira fora da China. Uma loja modelo de 740 metros quadrados foi inaugurada na semana passada em Madrid, na Espanha, com mais de 1.000 produtos de mais de 60 marcas.

A loja, contudo, não tem estoque próprio, e serve apenas para que os clientes possam experimentar as mercadorias -- algo que é importante em alguns segmentos que a AliExpress atua, como roupas e sapatos.

No fim, as compras ainda têm de ser feitas online e não podem ser levadas na hora pelos clientes. O objetivo da loja, assim, não é ajudar na logística da AliExpress, mas divulgar a marca entre os clientes espanhóis e europeus como um todo. A Espanha é o maior mercado da Alibaba na Europa e o quarto maior no mundo, atrás de China, Estados Unidos e Rússia.

O modelo de loja para testes com pouco ou nenhum estoque é parecido com o que fazem, no Brasil, redes como a varejista de roupas Amaro e a varejista de móveis Mobly (que abriu sua primeira loja física neste ano).

A Alibaba já tem na China outros empreendimentos físicos, como o supermercado modelo Hema, considerado inovador no varejo e onde o cliente pode comprar na hora ou apenas testar os produtos. O estoque do supermercado também pode ser entregue em até 30 minutos, nos moldes de aplicativos de comida, para clientes que vivam a três quilômetros do local.

Quiosque de produtos da AliExpress em Kazan: Rússia é terceiro maior mercado fora da China (Yegor AleyevTASS/Getty Images)

Expansão global

Maior varejista da China e uma das maiores do mundo, a Alibaba está em um processo de difundir o negócio para fora da China. A empresa divulgou em agosto seus resultados do segundo trimestre de 2019 (seu primeiro trimestre do ano fiscal), com alta de 42% no faturamento, que foi de 16,3 bilhões de dólares (1 bilhão acima das expectativas). O número de usuários ativos mensais fechou junho em 755 milhões, mais de 30 milhões a mais do que em março.

A AliExpress também só fica atrás da Amazon entre os compradores internacionais, isto é, pessoas que importam produtos de outros países (os chamados cross-border buyers). A companhia chinesa foi a escolha de 16% dos compradores internacionais, ou 150 milhões de pessoas, atrás de 23% da americana Amazon e à frente de 14% da também americana eBay.

A empresa também é favorecida nas entregas internacionais por sua política de oferecer frete grátis para mais de 70% dos produtos.

Por ora, a Alibaba não comentou planos de lançar novas lojas físicas da AliExpress em outros lugares além da Espanha. Contudo, analistas apontam que é questão de tempo até que a empresa fortaleça suas operações fora da China, e as lojas físicas devem ser um passo fundamental para dar credibilidade à marca.

Se de fato passar a expandir sua cadeia de lojas físicas no exterior, a AliExpress pode também passar a usá-las como centro logístico avançado, com os produtos saindo direto do estoque da loja para a casa do cliente e possibilitando uma entrega mais rápida. A estratégia já vem sendo usada pela Amazon com suas lojas nos Estados Unidos e por diversas varejistas pelo mundo -- incluindo brasileiras como Magazine Luiza e B2W.

O futuro do comércio eletrônico, ao que parece, está cada vez mais nas lojas físicas -- ainda que não da forma como as conhecemos.

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