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Dolce Gusto produzido no Brasil usará apenas café nacional

A importação de café pelo Brasil tem sido barrada por questões fitossanitárias, por causa do risco de entrada de pragas e doenças no País


	Xícara de café: nas fábricas Dolce Gusto do exterior, normalmente são utilizados cafés robusta do Vietnã
 (Kevork Djansezian/AFP)

Xícara de café: nas fábricas Dolce Gusto do exterior, normalmente são utilizados cafés robusta do Vietnã (Kevork Djansezian/AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2015 às 16h14.

São Paulo - A nova fábrica da Nestlé em Montes Claros (MG), que começou a operar nesta quinta-feira, 17, usará apenas café brasileiro para a produção de cápsulas Nescafé Dolce Gusto.

A empresa ainda espera que o governo brasileiro autorize a importação de café para compor o blend original - em uma das variedades de cápsulas da fábrica europeia Dolce Gusto há um pequeno porcentual de café lavado de origem etíope.

A importação de café pelo Brasil tem sido barrada por questões fitossanitárias, por causa do risco de entrada de pragas e doenças no País.

Em entrevista ao Broadcast Agro, o gerente Agrícola de Cafés da Nestlé, Pedro Malta, disse que para a fábrica brasileira "houve um trabalho bem-sucedido de pesquisa, desde 2013, que procurou encontrar no País café com perfil sensorial análogo ao encontrado na Etiópia".

Segundo ele, uma empresa de Varginha (MG), em 2008, pediu ao governo a autorização para importação de café etíope.

"Nós levamos ao conhecimento do governo a existência desse requerimento", contou. A ideia era reavaliar a possibilidade de importação do grão, mesmo que em pequena quantidade, por período temporário.

A empresa fez a sugestão e aguarda resposta. "Quem autoriza importação é o Ministério da Agricultura, depois da avaliação de risco de pragas", ressaltou Malta.

O gerente disse, ainda, que existem duas especificações de café da espécie conilon, o robusta brasileiro, que serão utilizadas na composições de blends das cápsulas brasileiras.

Nas fábricas Dolce Gusto do exterior, normalmente são utilizados cafés robusta do Vietnã.

"Nós conseguimos, por meio de pesquisa e com o engajamento do governo e de produtores do Espírito Santo, principal Estado produtor, um ótimo conilon capixaba, que substitui muito bem o robusta do Vietnã", garantiu.

Líder mundial em cafés, a Nestlé investiu R$ 220 milhões na fábrica de Montes Claros, a primeira unidade fora da Europa.

Atualmente, são duas linhas de produção com capacidade para fabricar 150 milhões de cápsulas por ano.

Os produtos serão comercializados em todo o mercado nacional e também serão exportados para Argentina, Paraguai e Uruguai.

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