(Gary Cameron/Reuters)
Beatriz Quesada
Publicado em 24 de fevereiro de 2022 às 17h46.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2022 às 18h35.
O dólar comercial disparou nesta quinta-feira, 24, e registrou a maior alta percentual diária em mais de cinco meses, refletindo o movimento global de aversão a risco após a Rússia invadir a Ucrânia. O dólar subiu 2,02%, a 5,104 reais na venda. Esta foi a maior valorização desde o rali de 2,84% de 8 de setembro do ano passado.
Mais temerosos, os investidores de todo o mundo movimentam suas posições em busca de opções mais seguras, como títulos do tesouro dos Estados Unidos e a própria moeda americana.
Não à toa, as principais moedas do mundo fecharam em queda contra o dólar nesta quinta-feira. O índice dólar, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de moedas fortes, subiu 0,83%.
A moeda americana, no entanto, perdeu força no decorrer da tarde, se afastando das máximas da sessão. No pico do dia, o dólar disparou 3,23%, a 5,165 reais. Na mínima, subiu 0,62%, para 5,0342 reais. Na véspera, a cotação havia caído ao patamar dos 5 reais pela primeira vez desde junho de 2021.
O que minimizou parcialmente a alta do dólar foi a fala do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Em discurso, Biden reforçou que os EUA não enviarão tropas à Ucrânia para socorrer o país após o início dos primeiros ataques russos.
“Ao que tudo indica não veremos uma escalada no conflito europeu, mas sem dúvida é cedo para afirmar. Parece que os EUA irão abandonar os ucranianos aos russos e não engajar militarmente na região”, afirmou, em nota, o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito.
Biden afirmou ainda que as tropas americanas enviadas nas últimas semanas à Europa são destinadas a defender os aliados da Otan, aliança militar criada após a Segunda Guerra. O conflito entre Rússia e Ucrânia, a propósito, foi intensificado após a Rússia exigir garantias de que Ucrânia não seria aceita na Otan e ter seu pedido rejeitado pelos EUA, pela Otan e pelo governo ucraniano.