Eletrobras: companhia anotou queda em todos os itens que contribuem positivamente para a diminuição da dívida líquida (Nadia Sussman/Bloomberg)
Estadão Conteúdo
Publicado em 10 de novembro de 2016 às 11h18.
Última atualização em 17 de julho de 2020 às 18h01.
São Paulo - A Eletrobras registrou ao final de setembro uma dívida líquida consolidada de R$ 21,2 bilhões, significativamente acima dos R$ 16,46 bilhões anotados no encerramento de 2015.
O aumento de 28,8% foi verificado apesar da queda do endividamento total da companhia, que passou de R$ 42,87 bilhões para R$ 41,19 bilhões no mesmo período.
Nestes valores não está incluída a dívida de outras empresas fora do Sistema Eletrobras com a Reserva Geral de Reversão (RGR), fundo setorial gerido pela estatal, no montante de R$ 1,93 bilhão, o que leva o endividamento total consolidado a R$ 44,6 bilhões, explica a companhia.
A companhia anotou queda em todos os itens que contribuem positivamente para a diminuição da dívida líquida, como caixa e equivalentes, que passou de R$ 8,4 bilhões para R$ 6,7 bilhões, financiamentos a receber, que diminuíram de R$ 15,35 bilhões para R$ 11,68 bilhões, e o saldo líquido do ativo financeiro de Itaipu, que saiu de R$ 2,6 bilhões para R$ 1,5 bilhão.
Conforme a companhia, a taxa média de suas dívidas é de 9,81% ao ano em 2016, acima dos 9,40% observados em 2015. Do total das dívidas, R$ 1,041 bilhão vencem em 2017. O volume de vencimentos sobe a R$ 4,921 bilhões em 2018 e R$ 5,610 em 2019.
O alto volume de dívidas também afeta os resultados financeiros da Eletrobras, que registrou uma despesa líquida de R$ 1,489 bilhão no terceiro trimestre.
O montante é mais de quatro vezes superior à despesa líquida de R$ 343 milhões do terceiro trimestre do ano passado.
Vale salientar, no entanto, que em 2015 a companhia anotou o recebimento integral de juros e atualizações monetárias relacionados a créditos referentes a ativos não depreciados e não amortizados das concessões renovadas pela Lei nº 12.783/2013.
Por outro lado, a Eletrobras destacou a variação da conta de atualização monetária, que passou de R$ 525 milhões no terceiro trimestre de 2015 para R$ 45 milhões na mesma etapa deste ano, principalmente por conta da contabilização da atualização monetária referente aos processos judiciais de empréstimo compulsório, no montante de R$ 770 milhões.