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Diretor do Danske Bank renuncia por lavagem de dinheiro

"Acredito que seja melhor para todas as partes que eu me demita", disse Thomas Borgen

DANSKE BANK: banco havia contratado uma auditoria externa, que examinou as contas de 15 mil clientes (Ints Kalnins/Reuters)

DANSKE BANK: banco havia contratado uma auditoria externa, que examinou as contas de 15 mil clientes (Ints Kalnins/Reuters)

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AFP

Publicado em 19 de setembro de 2018 às 09h11.

Última atualização em 19 de setembro de 2018 às 09h12.

O principal banco dinamarquês, Danske Bank, anunciou nesta quarta-feira (19) a demissão de seu diretor executivo, envolvido em um escândalo de lavagem de dinheiro na Estônia.

"É evidente que o Danske Bank não esteve à altura de suas responsabilidades no caso da possível lavagem de dinheiro na Estônia", indicou o CEO, Thomas Borgen, em um comunicado, antes de apresentar os resultados de uma investigação interna.

 

 

"Embora a investigação realizada por auditores externos tenha concluído que estive à altura das minhas obrigações legais, acredito que seja melhor para todas as partes que eu me demita", acrescentou Borgen.

Uma auditoria externa contratada pelo banco examinou as contas de 15.000 clientes, da ordem de 1,5 bilhão de coroas (201 milhões de euros), mas, sem "ser (...) capaz de dar uma estimativa precisa da quantidade de transações suspeitas feitas pelos não residentes na Estônia durante o período", admitiu a entidade, em uma nota.

Ao mesmo tempo, o Danske Bank anunciou que vai transferir cerca de 1,5 bilhão de coroas dinamarquesas para uma nova fundação para "apoiar as iniciativas contra a criminalidade financeira internacional, incluindo a lavagem de dinheiro, tanto na Dinamarca quanto na Estônia".

Essa quantia, que sairá dos resultados do terceiro trimestre de 2018, obrigará o grupo a revisar para baixo suas previsões para este ano. Agora, espera que o lucro líquido seja entre 16 e 17 bilhões de coroas, em comparação com os 18 a 20 bilhões de coroas anunciados anteriormente.

Segundo a imprensa, a lavagem de capitais alcançou os 150 bilhões de dólares (129 bilhões de euros), procedentes de empresas ligadas à Rússia e à antiga União Soviética.

Os investidores reagiram a esses anúncios desde a abertura da Bolsa de Copenhague. Logo cedo, as ações perdiam 4,43%, a 166,70 coroas, em um mercado em alta (+0,56%).

"Não sabíamos nada sobre o alcance do problema da lavagem de dinheiro. Isso significa que a incerteza pode durar. O medo de graves multas continua aí", disse Mikkel Emil Jensen, do Sydbank.

Em agosto, o Ministério Público dinamarquês havia anunciado a abertura de uma investigação. Segundo informações do "Wall Street Journal", o Danske Bank, que não opera nos Estados Unidos, mas tem títulos em dólares, também está na mira da Justiça financeira americana.

O banco dinamarquês não é a única instituição financeira atingida pelas suspeitas de lavagem. Outros grandes bancos europeus, como o BNP Paribas e o Deutsche Bank, foram condenados nesse sentido.

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