Chapecoense: Diretor da LaMia pede para ser condenado por dois anos de prisão (Buda Mendes/Getty Images)
EFE
Publicado em 28 de maio de 2017 às 15h23.
La Paz - O diretor da companhia aérea LaMia, Gustavo Vargas Gamboa, se declarou culpado por um dos quatro crimes de que é acusado pelos investigadores do acidente do avião que transportava a delegação da Chapecoense para a Colômbia, em novembro do ano passado, informa a imprensa da Bolívia neste domingo (28).
A defesa de Vargas Gamboa apresentou, em abril do ano passado, uma proposta de acordo aos promotores que averiguam o caso na Bolívia, em que aceita a admissão de culpa por homicídio culposo, ou seja, sem intenção de matar. O diretor da LaMia pede para ser condenado por dois anos de prisão, detalha o jornal "El Deber".
O acusado está detido preventivamente em Palmasola, no departamento de Santa Cruz, desde dezembro, e quer que o acordo o deixe imune de ser julgado por lesões gravíssimas, lesões culposas e desastre em meio de transporte.
O advogado de Vargas Gamboa, Jerjes Justiniano, afirmou que a decisão foi tomada pelos problemas de saúde que o diretor sofre.
"Só lhe funciona um rim. Ele teve três infartos, tem pressão arterial alta e precisa receber doses diárias de insulina. Prefere que o condenem e que possa sair da prisão para ser tratado", disse o responsável pela defesa, ao "El Deber".
O Ministério Público da Bolívia ainda não respondeu a proposta de acordo apresentada.
O avião da LaMia que levava a delegação da Chapecoense, além de jornalistas e convidados para a Colômbia, onde aconteceria a primeira partida da final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional, colidiu com uma colina após ficar sem combustível. A tragédia matou 71 dos 77 passageiros do avião.
Além de Vargas Gamboa, também está preso o ex-supervisor de tráfego aéreo da Administração de Aeroportos e Serviços à Navegação Aérea (Aasana) Joons Miguel Teodovich.
Também está detido o filho do diretor da LaMia, Gustavo Vargas Villegas, era diretor do Registro Aeronáutico Nacional da Direção de Aeronáutica Civil, que autorizou, em 2014, a importação e matrícula provisória do avião da companhia aérea.
A companhia Bisa Seguros e Reaseguros informou nesta quinta-feira que a queda do avião de LaMia não tem cobertura de seguro. Os sobreviventes e os familiares das vítimas, no entanto, podem pedir ajuda a um fundo de cooperação que foi criado para atendê-los.
A emissora americana "CNN" exibiu em reportagem que uma carta enviada pela seguradora aos gerentes da companhia aérea, informava que a "apólice estava suspensa por falta de pagamento desde outubro" de 2016. Ou seja, o seguro não estava em vigor no momento da tragédia.
A Bisa divulgou que a apólice para a tripulação está sendo paga de forma normal, com US$ 150 mil (R$ 489 mil) para cada tripulante morto, além de ter destinado US$ 25 mil (R$ 81,5 mil) para cada sobrevivente custear as despesas médicas.
As autoridades da Bolívia, por sua vez, garantem que a apólice estava em dia, sim, no dia da queda da aeronave. EFE