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Diretor da Volkswagen critica supostos experimentos com humanos

Declaração foi feita após a mídia denunciar supostos experimentos com macacos e com seres humanos, que inalavam gases de motores a diesel

Volkswagen: fabricantes da indústria automobilística alemã teriam financiado experimentos nos quais se fez macacos e humanos inalarem gases emitidos por motores a diesel (Bobby Yip/Reuters)

Volkswagen: fabricantes da indústria automobilística alemã teriam financiado experimentos nos quais se fez macacos e humanos inalarem gases emitidos por motores a diesel (Bobby Yip/Reuters)

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EFE

Publicado em 29 de janeiro de 2018 às 10h42.

Frankfurt, Alemanha - O presidente do Conselho de Supervisão da Volkswagen (VW), Hans Dieter Pötsch, criticou nesta segunda-feira os supostos experimentos da montadora com macacos e com seres humanos, aos quais fazia inalar gases de motores a diesel, segundo informações de vários meios de comunicação alemães.

"Em nome do conjunto do Conselho de Supervisão me distancio com total determinação deste tipo de prática", afirmou Pötsch na sede da Volkswagen em Wolfsburg, onde considerou que esses experimentos "não são de modo algum compreensíveis".

Além disso, destacou que essas práticas "devem ser esclarecidas completamente e sem reservas", acrescentando que o Conselho de Supervisão se ocupará do assunto.

"Farei tudo o que estiver em minhas mãos para que esses fatos sejam completamente exanimados", declarou, garantindo que quem for responsável "terá certamente que prestar contas disso".

Vários meios de comunicação alemães, entre eles os jornais "Stuttgarter Zeitung" e "Süddeutsche Zeitung", afirmaram hoje que fabricantes da indústria automobilística alemã, liderados pela Volks, teriam financiado experimentos nos quais se fez macacos e seres humanos inalarem gases emitidos por motores a diesel para verificar seus efeitos sobre o sistema respiratório e a circulação sanguínea.

Os experimentos teriam sido encomendados pela Associação Europeia de Estudos sobre a Saúde e o Meio Ambiente no Transporte (EUGT, na sigla em alemão), entidade fundada pelos consórcios Volks, Daimler e BMW.

As primeiras publicações a respeito se concentraram nos experimentos com macacos que a EUGT encomendou em 2013 ao laboratório Lovelace Biomedical de Alburqueque, nos Estados Unidos.

Os experimentos foram realizados em 2015 e um executivo da VW, atualmente detido nos EUA pelo escândalo de manipulação de dados de emissões, teria levado pessoalmente um VW Beatle ao laboratório.

As emissões do carro foram conduzidas a uma pequena instalação onde havia dez macacos encarcerados, segundo os jornais alemães.

Agora, os mesmos meios de comunicação informam que a EUGT também encomendou pesquisas nas quais seres humanos também deveriam ser submetidos à inalação de dióxido de nitrogênio (NO2).

O propósito dos experimentos era mostrar que, com os progressos técnicos, as emissões de motores a diesel não tinham maiores implicações sobre a saúde dos cidadãos.

O primeiro-ministro do estado federado da Baixa Saxônia, no norte da Alemanha, Stephan Weil, qualificou os experimentos de "absurdos".

A Baixa Saxônia tem participação na VW, razão pela qual Weil, como premiê, é membro do Conselho de Vigilância do consórcio.

O governo federal alemão criticou hoje duramente os experimentos e disse que os mesmos não tinham nenhuma justificativa ética nem científica.

"O que os fabricantes de automóveis têm que fazer com as emissões é reduzi-las e não pretender demonstrar que não são prejudiciais com a ajuda de experimentos com macacos e até com seres humanos", disse o porta-voz do governo, Steffen Seibert.

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