Logo da chinesa Huawei (David Becker/Getty Images)
EFE
Publicado em 11 de janeiro de 2019 às 09h49.
Última atualização em 11 de janeiro de 2019 às 10h14.
Varsóvia - Um diretor na Polônia da corporação chinesa de telecomunicações Huawei foi detido neste país acusado de espionagem, informou nesta sexta-feira o governo polonês.
O governo também informou da detenção de um funcionário polonês dos serviços de segurança estatais que trabalhou no passado na empresa de telefonia Orange e que também está sendo acusado de espionagem.
Os escritórios da Huawei e da Orange em Varsóvia foram revistados por membros da agência de contrainteligência e segurança nacional no marco dessa investigação, segundo confirmaram as autoridades locais.
Um juizado de Varsóvia já decretou prisão preventiva para os detidos.
Meios de comunicação locais identificaram o diretor da Huawei como Weijinga W. e o agente polonês como Piotr D. e informaram que os detidos foram acusados de espionagem contra o país, acusação que pode implicar uma pena de até dez anos de prisão.
Por sua vez, a Huawei informou que a empresa cumpre todas as leis e regulações da Polônia, e que exige que seus funcionários façam o mesmo.
A prisão ocorre pouco mais de um mês depois de a diretora financeira e herdeira da companhia, Meng Wanzhou, ter sido detida no Canadá a pedido dos Estados Unidos. Meng é filha do bilionário fundador da Huawei, Ren Zhengfei
Os Estados Unidos, que pediam sua extradição, alegavam que a Huawei, segunda maior fabricante de celulares e uma das maiores fabricante de equipamentos para redes 5G do mundo, tinha mentido a bancos internacionais sobre seus negócios com o Irã, violando sanções impostas pelo país.
Meng foi condenada a pagar fiança de cerca de 30 milhões de reais e está sob condicional em sua residência em Vancouver, com tornozeleira eletrônica.
As prisões acontecem após uma longa série de acusações do governo dos EUA sobre uma possível ameaça à segurança da rede. O risco para a Huawei é que mais e mais países coloquem seus switches, roteadores e telefones na lista negra por causa do crescente receio de que eles possam ser sequestrados por espiões estrangeiros.
Os EUA pressionaram os governos europeus para que evitassem os equipamentos da Huawei, afirmando que a firma facilitava a espionagem chinesa, algo que a empresa sempre desmentiu.