Os nove conselheiros do grupo de educação Estácio se encontram hoje, a partir das 13h, para uma das reuniões mais esperadas da história recente do mercado de capitais no Brasil. Na pauta está a venda do grupo. Há duas propostas na mesa, de duas das principais concorrentes.

A Kroton quer comprar, oferecendo 1,28 ação para cada papel da Estácio, mais 170 milhões de reais em dividendos. A Ser Educacional tenta uma fusão, oferecendo 1 bilhão de reais em dividendos, e uma companhia resultante que teria 68% das ações nas mãos da Estácio. Na sexta-feira passada, a Estácio divulgou uma nota afirmando que aceita os termos da Kroton e, em condições normais, hoje seria apenas o dia para bater o martelo.

A questão é que o atual momento da Estácio está longe da normalidade. A companhia não tem controlador e seu principal acionista, o empresário de educação Chaim Zaher, recentemente assumiu a presidência executiva do grupo e depois voltou atrás. Deve ter papel decisivo na reunião de hoje. Inclusive para embaralhar as ofertas, dizem conselheiros da Estácio.

Zaher pode surpreender com uma proposta de última hora amparada por fundos de investimento. Há tanta coisa em jogo que pode inclusive não acontecer nada nesta sexta-feira, com a decisão sendo jogada para a próxima reunião do conselho, marcada para dia 28. Mesmo que a decisão saia hoje, será convocada uma assembleia de acionistas para, aí sim, confirmar o acordo num prazo de até 30 dias. Qualquer decisão que não seja a venda para a Kroton será uma grande surpresa.