Negócios

Descobertas levam OGX a perfurar mais poços

A petrolífera já tem 22 poços no país, dos quais 15 estão concentrados na bacia de Campos, no RJ

Eike Batista, presidente do grupo EBX, controlador da petrolífera OGX (Divulgação)

Eike Batista, presidente do grupo EBX, controlador da petrolífera OGX (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 15h45.

Rio de Janeiro - A petroleira OGX vai elevar de 51 para 87 o número de poços que pretende perfurar até 2013 devido às oportunidades abertas pelas descobertas que a empresa fez recentemente no Brasil e pelos dados de sísmicas nas áreas em que atua, disse Marcelo Torres, diretor financeiro e de Relações com Invetidores.

A empresa perfurou até o momento 22 poços no país inteiro, segundo Torres. Somente na bacia de Campos, onde concentra o grosso de suas atividades até agora, foram feitas 15 descobertas.

"Elevamos o número de poços motivados pelas oportunidades de novas descobertas, pelas novas sísmicas", disse Torres durante encontro com analistas promovido pela Apimec-RJ.

A sucessão de descobertas na bacia de Campos tem sido inclusive um dos motivos para a demora do fim das negociações entre a OGX e investidores interessados em comprar participação minoritária em blocos da bacia de Campos oferecidos em abril deste ano.

"As muitas descobertas que temos feito têm dificultado a negociação", disse a jornalistas o diretor geral e de exploração e produção da OGX, Paulo Mendonça, após a reunião com os analistas.

Segundo ele, informações sobre o processo de venda poderão ser conhecidas em um mês.

"Estamos dentro dos padrões de confidencialidade e nada podemos falar sobre o assunto, respondo isso em um mês", disse Mendonça ao ser perguntado sobre a situação das conversas com possíveis interessados.


"O processo começou em abril, maio...um processo desses costuma levar uns 9 meses", complementou o diretor financeiro, Marcelo Torrres, também presente à entrevista após o evento.

Em abril desse ano a OGX avisou ao mercado que iria vender participação minoritária nos seus sete blocos na bacia de Campos --sendo cinco 100 por cento da OGX e dois divididos meio a meio com a Maersk--, nos quais já foram feitas descobertas mas que ainda não possuem reservas certificadas.

Segundo estimativa da companhia o volume de óleo recuperável dos sete poços perfurados pela OGX se situa entre 2,6 bilhões e 5,5 bilhões de barris. A produção deverá ter início no primeiro semestre de 2011, no prospecto Waimea.

Segundo fontes ligadas ao assunto, as chinesas Sinopec Group e a CNOOC estariam entre as interessadas, e que poderiam pagar cerca de 7 bilhões de dólares pelos ativos. A Sinopec no entanto comprou no início de outubro, por valor semelhante (US$7,1 bilhões), 40 por cento dos ativos de exploração e produção da Repsol Brasil, o que levou o mercado a especular que a operação da OGX poderia não sair.

Na época, uma fonte próxima às negociações afirmou à Reuters que o movimento não atrapalhava as negociações da OGX.

Colômbia

Os executivos informaram também que a OGX pretende iniciar atividades na Colômbia em 2011. A empresa conquistou recentemente direitos de exploração sobre cinco blocos e prevê que poderá começar a produzir no país também no ano que vem.

Mendonça informou que o governo colombiano resolveu problemas que tinha com a guerrilha no local (norte do país, na fronteira com a Venezuela), e que até o final deste ano assina o contrato para começar o trabalho de sísmica.


"Primeiro passo na Colômbia é a contratação de sísmica para depois começar a perfuração e o início da produção", disse.

"Lá temos um acesso mais rápido ao recursos, (os blocos) ficam perto do contexto geológico de Maracaibo", complementou, referindo-se à bacia de Maracaibo, na Venezuela, região produtora de petróleo em declínio.

Mendonça se mostrou positivo sobre a região. "Os blocos na Colômbia são de altíssimo potencial. Podem esperar descobertas de grande porte", afirmou.

A empresa anunciou que vai contratar duas sondas para a continuidade dos trabalhos na bacia do Parnaíba, no Maranhão, onde descobriu reservas de 15 trilhões de pés cúbicos. Segundo Paulo Mendonça, além de gás é possível que a região contenha petróleo. "Não é impossível admitir petróleo no Parnaíba", disse Mendonça.

Já na bacia Pará-Maranhão, onde possuem 5 blocos, as perfurações começam na virada do ano. Na bacia do Espírito Santo, também com 5 blocos, os trabalhos de perfuração serão iniciados em meados de 2011.


Caixa

A companhia informou que possui recursos em caixa para desenvolver as atividades planejadas até 2013.

Segundo Torres, a empresa conta no momento com 3,4 bilhões de dólares em caixa. Para além de 2013, será necessário mais dinheiro, que deverá vir principalmente por meio da venda de participações em blocos operados pela empresa no Brasil.

"O objetivo é reforçar o caixa da companhia sim. Estamos capitalizados até 2013, mas o objetivo é capitalizar mais", afirmou Paulo Mendonça.

Leia mais notícias sobre petróleo

Siga as notícias do site EXAME sobre Negócios no Twitter


Acompanhe tudo sobre:Eike BatistaEmpresáriosEmpresasEnergiaGás e combustíveisIndústria do petróleoMMXOGpar (ex-OGX)OSXPersonalidadesPetróleo

Mais de Negócios

Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2024: conheça as vencedoras

Pinduoduo registra crescimento sólido em receita e lucro, mas ações caem

Empresa cresce num mercado bilionário que poupa até 50% o custo com aluguel

Como esta administradora independente já vendeu R$ 1 bilhão em consórcios