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Descoberta em Sergipe demanda plano maior, diz Petrobras

Segundo executivo, descoberta gigante tem hidrocarbonetos suficientes para a construção de um caro gasoduto submarino

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2014 às 19h03.

Rio de Janeiro - A descoberta gigante de petróleo e gás na costa de Sergipe tem hidrocarbonetos suficientes para que a Petrobras e suas parceiras indianas construam um caro gasoduto submarino e expandam o plano de produção para além de dois navios-plataforma, disse um executivo da estatal nesta quinta-feira.

A Petrobras já informou que espera instalar um navio-plataforma (também conhecido como FPSO) de 100 mil barris de capacidade de produção diária naquela região em 2018, e outro em 2010. A Petrobras espera licitar a construção do primeiro FPSO em novembro.

"Estas descobertas vão demandar mais sistemas (de produção FPSO). Até o momento temos dois programados", disse o gerente de interpretação geológica da Petrobras, Claudio Madeira, em evento do setor de petróleo no Rio de Janeiro.

"Vai ser feito um gasoduto para essa área." O gasoduto é necessário para levar o gás natural do FPSO para o continente, disse o executivo. Já o petróleo será carregado diretamente do FPSO para navios petroleiros.

Um crescente número de analistas, além de autoridades do Sergipe, têm criticado o que eles acreditam ser atrasos no desenvolvimento da jazida.

O Sergipe tem petróleo de melhor qualidade em reservatórios mais fáceis de explorar do ponto de vista técnico, na comparação com os do litoral do Sudeste, que vêm recebendo a maior parte dos investimentos recentes da Petrobras, mas que estão anos atrás do cronograma.

Madeira disse que a Petrobras ainda avalia quanto petróleo e gás foram descobertos nos poços naquela área, alguns a 300 quilômetros da costa.

No entanto, fontes do setor de petróleo e autoridades disseram à Reuters um ano atrás que as reservas podem chegar a pelo menos 1 bilhão de barris de óleo recuperável.

O volume seria suficiente para abastecer os Estados Unidos, maior consumidor mundial de petróleo, por cerca de dois meses.

As reservas também tornariam a região de Sergipe a maior nova área petrolífera do Brasil desde o anúncio, em 2007, da descoberta do pré-sal, formado por reservas gigantescas perto no litoral do Rio de Janeiro presas sob uma espessa camada de sal no leito do oceano.

As descobertas em Sergipe estão em três blocos adjacentes, um de propriedade integral da Petrobras, o segundo sendo da Petrobras e da indiana Oil and Natural Gas Corp (ONGC) e o terceiro de propriedade da Petrobras e da IBV Brasil, uma joint venture entre as indianas Videocon Industries e Bharat Petroleum.

A exploração e avaliação dos poços em Sergipe encontrou petróleo leve de alta qualidade com média de 40 graus na escala do Instituto Americano do Petróleo (API) e uma grande quantidade de gás, disse Madeira.

Quanto maior o grau na escala API, mais leve e valioso é o petróleo. A maior parte do petróleo produzido no Brasil está na faixa de 20 graus API.

A Petrobras e suas parceiras já perfuraram 24 poços em águas profundas de Sergipe e encontraram petróleo e gás em 16 deles, disse Madeira.

A Petrobras tem explorado Sergipe por décadas, e opera campos em terra e em águas rasas, mas apenas em 2010 começou a perfurar em águas profundas, onde ocorreram as descobertas mais recentes.

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