Negócios

Depois de se unir à Petrobras, BTG estrutura petroleira

Ainda não está claro, porém, se a companhia atuará apenas como uma gestora de ativos ou se poderá ser a operadora de atividades em campos de exploração


	Além da África, o banco de Esteves também tem interesse, segundo outra fonte, em atuar no segmento de petróleo na América do Sul
 (Alfredo Estrella/AFP)

Além da África, o banco de Esteves também tem interesse, segundo outra fonte, em atuar no segmento de petróleo na América do Sul (Alfredo Estrella/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2013 às 09h36.

São Paulo - O investimento de US$ 1,5 bilhão do BTG Pactual na aquisição de 50% dos ativos da Petrobras na África é só uma parte do projeto do banqueiro André Esteves no setor de petróleo e gás.

Fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, afirmam que o objetivo do banco é estruturar uma ‘mega’ empresa para explorar oportunidades neste setor.

Ainda não está claro, porém, se a companhia atuará apenas como uma gestora de ativos ou se poderá ser a operadora de atividades em campos de exploração. “Não é uma questão de decisão, mas de oportunidades. Pode ser uma empresa como podem ser apenas investimentos no setor de petróleo”, diz uma fonte com conhecimento no assunto.

Para viabilizar o projeto, o BTG poderia se valer da expertise da OGX, principal empresa do Grupo EBX, com o qual fez uma parceria recente, e dos equipamentos da operadora de sonda Sete Brasil, na qual o banco tem participação de 27,7%.

Além da África, o banco de Esteves também tem interesse, segundo outra fonte, em atuar no segmento de petróleo na América do Sul, em países como Venezuela, Peru, Colômbia e Brasil. Por ora, conforme apurou a reportagem, o BTG analisou profundamente apenas os ativos da Petrobras na África, mas não descarta avaliar novas oportunidades em ativos da estatal.

Segundo a fonte, a OGX, de Eike Batista, não teria participação na nova empresa, mas poderia atuar como fornecedora de tecnologia. O próprio André Esteves já deixou claro, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que o banco não tem capacidade de tirar mais petróleo dos poços da empresa. Segundo ele, a OGX tem um corpo técnico bom, mas a resposta sobre a solução da companhia é “complexa”.


“Quem investe em exploração de petróleo tem de estar preparado para altos retornos e eventuais decepções. Ainda existem muitas oportunidades no setor no Brasil”, avaliou Esteves, em entrevista concedida em março.

Na ocasião, ele explicou que o papel do BTG na parceria com as empresas X é racionalizar o grupo e atrair investidores. Além de ter exposição de crédito à companhia, o banco também considera participar de projetos futuros como investidores ou não.

Já a Sete Brasil, segundo a fonte, atuaria como uma prestadora de serviços para a empresa que o BTG Pactual poderia estruturar para atuar no segmento de petróleo. Criada para gerir ativos relacionados, principalmente, ao pré-sal brasileiro, a empresa será proprietária das 28 sondas para águas profundas que serão afretadas para a Petrobras.

A estatal também é acionista da empresa com 4,6% de participação. Além de BTG e Petrobras, a Sete Brasil conta com mais seis investidores: os fundos de pensão Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil), Funcef (Caixa Econômica Federal) e Valia (Vale), Santander e Bradesco.

Estratégia

A aposta do BTG no setor de petróleo está alinhada à estratégia do banco de expandir o braço de recursos naturais, uma das oportunidades vistas na área responsável pela gestão de investimentos em ativos ilíquidos ou em participações societárias de ativos listados em bolsa.


Os investimentos neste segmento iniciaram com uma participação acionária na STR, holding de capital fechado que administra a Petra Energia - do segmento de exploração de petróleo e gás. Em julho do ano passado, o banco se desfez do negócio por cerca de R$ 700 milhões.

Além disso, também em 2012 o BTG Pactual tornou-se sócio do ex-presidente da Vale, Roger Agnelli, em uma mineradora que pretende investir R$ 1 bilhão em oportunidades no Brasil, América Latina e África.

O investimento do BTG em 50% da Petrobras Oil & Gas, que reúne os ativos da estatal na África, é mais do que um primeiro passo do banqueiro na exploração de petróleo: é também o primeiro investimento dele no continente africano. A joint venture de BTG e Petrobras nasce com presença em seis países, dez campos na carteira e três em produção.

Procurado, o BTG Pactual não comentou. A OGX informou apenas que “não há nenhuma negociação em andamento com o BTG para atuação da OGX na África”. A Sete Brasil disse que não comenta especulações de mercado. Colaborou André Magnabosco.

Acompanhe tudo sobre:bancos-de-investimentoBTG PactualCapitalização da PetrobrasEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasGás e combustíveisHoldingsIndústriaIndústria do petróleoIndústrias em geralPetrobrasPetróleo

Mais de Negócios

Catarinense mira R$ 32 milhões na Black Friday com cadeiras que aliviam suas dores

Startups no Brasil: menos glamour e mais trabalho na era da inteligência artificial

Um erro quase levou essa marca de camisetas à falência – mas agora ela deve faturar US$ 250 milhões

Ford aposta em talentos para impulsionar inovação no Brasil