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Netshoes vai vender lojas virtuais a outras empresas

Companhia vende lojas online para empresas parceiras. Dessa forma, ela otimiza o uso de sua estrutura de TI

Estoque da Netshoes: casos  de sucesso, como o da varejista online de itens esportivos, inspiraram novos empreendedores (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

Estoque da Netshoes: casos de sucesso, como o da varejista online de itens esportivos, inspiraram novos empreendedores (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 30 de setembro de 2015 às 14h49.

São Paulo - Já consolidada no ramo de materiais esportivos, a Netshoes se aventurou no fim do ano passado a vender também artigos de moda online. Agora, ela se diversifica ainda mais e busca crescer em outra frente de atuação: o comércio de lojas virtuais personalizadas para outras empresas.

Desde 2010, existe na companhia uma área dedicada aos negócios B2B (feitos entre empresas, e não diretamente com o consumidor), mas o setor foi reestruturado em 2012 e só ganhou força recentemente.

Neste ano, 15 funcionários estão dedicados exclusivamente a esse tipo de atividade, uma equipe com três vez o tamanho da que existia até o ano passado.

“Indiretamente, o número é ainda maior porque também compartilhamos áreas como TI, logística e central de relacionamento com o cliente", explicou a diretora de parcerias da empresa, Paula Gusmão, em entrevista exclusiva a EXAME.com.

Durante o primeiro semestre, o faturamento da área B2B cresceu 30% em relação ao mesmo período de 2014 – a Netshoes não revela os números absolutos. Dentro dessa linha de atuação, o segmento de lojas virtuais para parceiros avançou um pouco mais, 44%, na mesma comparação.

O esquema funciona assim: a Netshoes cria canais de vendas online específicos para outras empresas oferecerem a funcionários ou clientes. Nesses endereços, que ficam hospedados dentro do seu site, ela vende seus produtos com condições e descontos exclusivos previamente combinados.

O tempo que cada loja fica no ar varia de acordo com o contrato. "Algumas duram um ano, outras são criadas apenas para um fim de semana especial, como o dia das mães, ou para campanhas de premiação", contou Paula.

É a própria Netshoes quem administra toda a operação, desde o sistema de TI, vendas, a gestão dos estoques, a customização e entrega dos itens. A renda, segundo ela, é obtida 100% da venda dos artigos.

"O parceiro não precisa se preocupar com nada. Nós conseguimos aproveitar toda a estrutura que temos para o consumidor final no sistema B2B, otimizando nossa capacidade tecnológica", disse Paula.

As lojas customizadas são a atuação mais importante da área B2B. No primeiro semestre, elas tiveram 66% mais visitas do que as registradas nos mesmos meses do ano passado, segundo a companhia.

O público, de acordo com a empresa, deve crescer ainda mais, já que agora artigos de moda também fazem parte do portfólio. Atualmente, são cerca de 180 companhias parceiras.

Há cerca de um mês a Netshoes lançou um portal exclusivo para facilitar o contato com as empresas que desejam criar seus "sites de vendas".

Outras frentes

Além desse modelo de negócios, o segmento de parcerias da Netshoes também trabalha com vendas de produtos em grandes volumes e condições diferenciadas para clientes corporativos.

Também estão sob a administração da área os programas de fidelidade, como Multiplus e Dotz e de companhias como Ipiranga, Itaucard, Porto Seguro e Bradesco. O uso desses cartões cresceu 41% no primeiro semestre, se comparado a igual período de 2014, segundo a Netshoes.

Para o futuro, a expectativa é de que o setor B2B cresça dois dígitos anualmente.

O Grupo Netshoes vende mais de 40.000 produtos esportivos (no e-commerce Netshoes) e 33.000 de moda (na Zattini) e faturou 1,5 bilhão de reais no ano passado.

A empresa tem aproximadamente 2.000 funcionários e opera também na Argentina e no México.

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