Negócios

Schutz estreia em roupas femininas e segue foco da Arezzo&Co em vestuário

Desenvolvimento das coleções não deve ter nada a ver com a aquisição anunciada pelo grupo nesta terça-feira; meta é que vestuário represente 25% da receita da Schutz em dois anos

 (Schutz/Divulgação)

(Schutz/Divulgação)

KS

Karina Souza

Publicado em 30 de novembro de 2021 às 20h21.

Última atualização em 2 de dezembro de 2021 às 10h03.

A Schutz anunciou, nesta terça-feira, que irá além dos calçados para estrear no universo do vestuário feminino. O anúncio segue os passos, ao menos em estratégia, da aquisição anunciada pelo grupo Arezzo&Co mais cedo nesta terça-feira, da marca Carol Bassi, que atua no mesmo segmento. Apesar de coincidentes, os anúncios não refletem trabalho conjunto entre as marcas para desenvolver novas coleções.

Participe grátis de Segredos dos Pré-Lançamentos, de 06 a 13 de dezembro, e descubra como obter ganhos explosivos com as novas moedas digitais.

No caso da Schutz, as roupas devem ser desenvolvidas pela própria marca junto à designer Cacá Garcia, que agora também é diretora de estilo da linha de vestuário da marca, e a estimativa é a de que essa nova vertical represente 25% da receita nos próximos dois anos, chegando à metade do faturamento em 2026.

A primeira coleção deve ser lançada em março do ano que vem, mas as conversas para que o projeto saísse do papel já estavam acontecendo desde junho deste ano. Ao todo, serão 300 SKUs (referências de produto), divididas em várias linhas, que vão desde peças em jeans até camisaria, malhas e alfaiataria. O tíquete médio está em torno de 590 reais. A ideia inicial surgiu após uma parceria para uma coleção menor com a atriz Marina Ruy Barbosa, que foi um sucesso. Em seguida, a marca rodou uma pesquisa com cerca de 10% da base de usuárias (classificadas como heavy users, com tíquete médio em média duas vezes maior do que o das demais) e concluiu que a busca por uma linha de roupas teria forte aderência com as compradoras.

A coleção será vendida tanto no e-commerce da Schutz, com entrega para todo o Brasil, quanto em duas lojas físicas da marca: a que está localizada no Shopping Leblon, no Rio de Janeiro, e a da rua Oscar Freire, em São Paulo. Além disso, franqueados poderão vender as peças nas demais localidades, utilizando o próprio sistema da Schutz, mesmo sem ter estoque local.

Do ponto de vista de marca, a coleção ainda atende ao apelo sustentável que ganha cada vez mais espaço na moda. Para desenvolver a coleção, a Schutz contou com aproximadamente 70% dos fornecedores certificados pela Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX) e acredita que também será possível cumprir uma função de responsabilidade também no uso das roupas -- já que a coleção deve ter ampla variedade de modelagens. 

Para além dos atributos de marca reforçados com a nova vertical, a Schutz também decidiu investir no segmento pelo potencial de rentabilidade que deve trazer ao longo dos próximos anos. “A gente estudou e viu que o mercado endereçável de roupas é duas vezes maior que o de calçados, um setor de 15 bilhões de reais. Por isso, decidimos investir e esperamos que a vertical seja responsável por 25% da receita da empresa nos próximos dois anos, chegando a 50% em 2026”, diz Milena Penteado, diretora da Schutz na Arezzo&Co, à EXAME. Hoje, a parte de vestuário dentro do grupo corresponde a 18% do faturamento da companhia, contando com as marcas adquiridas pela Arezzo&Co.

Questionada a respeito de uma possível parceria com a Carol Bassi, a executiva afirma que se tratam de frentes de negócios diferentes, mas não descarta conversas sobre o novo setor em que a Schutz vai entrar. “Temos uma troca muito grande e todo o know-how pode nos ajudar com essa nova frente de negócios. Ainda assim, eles têm um viés muito claro de crescimento da marca deles e, nós, de fazer com que a Schutz seja uma marca ‘full look’ no país”, diz Milena.

Além disso, a iniciativa vem em um bom momento para a marca. Dados do terceiro trimestre divulgados pela Arezzo&Co mostram que a Schutz teve receita de R$ 240,4 milhões, sendo a segunda maior marca dentro das "destaques" do grupo (Arezzo, AR&CO, AnaCapri e Alexandre Birman). O número mostra crescimento de 43% em relação ao terceiro trimestre de 2019 e de 52% em relação ao terceiro trimestre do ano passado. Coleções assertivas e adequadas colaboraram para a demanda das consumidoras, além de um forte viés digital, que já representa 29,6% do faturamento, como mostra o balanço.

Motivos para crescer são notados por todo o setor. Dados divulgados pela plataforma de descontos CupomValido.com.br apontam que o brasileiro está entre os que mais gastam com roupas no mundo. Além disso, de um total de 195 países analisados, o Brasil tem o nono maior mercado de roupas e acessórios do mundo. Pensando em curto prazo, em um cenário de vacinação avançada e retomada gradual de atividades sociais, a procura por roupas também pode aumentar -- não custa lembrar que a categoria é uma das mais vendidas no e-commerce no país, fato que foi reforçado durante a Black Friday deste ano. Dentro dessa corrida pelo melhor look, a Schutz quer mostrar que também está no páreo e pode trazer tudo que consumidores procuram, de uma única vez.

Veja as principais fotos da coleção:

(Schutz/Divulgação)

(Schutz/Divulgação)

(Schutz/Divulgação)

(Schutz/Divulgação)

Acompanhe tudo sobre:ArezzoEXAME-no-Instagram

Mais de Negócios

Azeite a R$ 9, TV a R$ 550: a lógica dos descontaços do Magalu na Black Friday

20 frases inspiradoras de bilionários que vão mudar sua forma de pensar nos negócios

“Reputação é o que dizem quando você não está na sala”, reflete CEO da FSB Holding

EXAME vence premiação de melhor revista e mantém hegemonia no jornalismo econômico