Condenação: Departamento de Transportes dos EUA entendeu que Delta "teve uma conduta preconceituosa" e violou leis antidiscriminatórias (Nik Oik/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)
AFP
Publicado em 25 de janeiro de 2020 às 13h25.
Última atualização em 25 de janeiro de 2020 às 13h32.
A companhia aérea americana Delta Airlines foi condenada a pagar na última sexta-feira (24) a uma indenização de 50 mil dólares (cerca de 209 mil reais) a passageiros muçulmanos que alegaram ter sido discriminados.
Após avaliações, em uma ordem judicial que buscava solucionar o conflito entre as partes, o Departamento de Transportes americano determinou que a Delta "teve uma conduta preconceituosa" e violou leis antidiscriminatórias ao retirar de suas aeronaves três passageiros muçulmanos.
Entre os casos ocorridos, em julho de 2016, um casal de muçulmanos foi expulso de um avião da companhia aérea americana no aeroporto Charles de Gualle, em Paris, após um passageiro dizer a aeromoça que o comportamento dos dois o teriam deixado "muito incomodado e nervoso".
A mulher usava um niqab (véu) e o homem, segundo o passageiro incomodado, teria escondido algo em seu relógio. A aeromoça afirmou ter visto o homem enviar mensagens de texto em que a palavra "Alá" era mencionada diversas vezes.
Embora a equipe de segurança corporativa da Delta tenha verificado que ambos eram cidadãos americanos que voltavam para casa, o piloto da aeronave recusou-se a readmiti-los a bordo.
Segundo o Departamento de Transporte, o piloto não seguiu os protocolos de segurança da companhia aérea e percebeu-se que "caso a religião desses passageiros não tivesse sido notada, a Delta não teria os retirado do avião ou lhes impedido de embarcar".
O segundo incidente ocorreu com um muçulmano que voava de Amsterdam a Nova York, também em julho de 2016. Passageiros e tripulantes desconfiaram dele, embora o departamento de segurança corporativa tenha verificado, mais uma vez, que ele não apresentava perigo. No entanto, esse passageiro também foi retirado da aeronave.
Em comunicado oficial, a Delta afirma não reconhecer os incidentes como "práticas discriminatórias", mas acrescenta "que cada um desses casos poderia ter sido manejado de maneira diferente".