Negócios

Defesa de Ghosn diz que "recorrerá com firmeza" a nova prisão

Advogado insistiu em que "já ficou provado no tribunal" que não existe risco de fuga do ex-executivo, nem de destruição de possíveis provas

Carlos Ghosn: nova detenção estaria relacionada com acusação por transferência de fundos da presidência da Nissan e Renault para uma distribuidora com sede em Omã (Regis Duvignau/Reuters)

Carlos Ghosn: nova detenção estaria relacionada com acusação por transferência de fundos da presidência da Nissan e Renault para uma distribuidora com sede em Omã (Regis Duvignau/Reuters)

E

EFE

Publicado em 4 de abril de 2019 às 08h47.

Tóquio — A defesa do ex-presidente da Nissan Motor e Renault, o brasileiro Carlos Ghosn, anunciou nesta quinta-feira, 4, que vai "recorrer com firmeza" após sua nova prisão por acusações adicionais, com o objetivo de conseguir sua libertação "o mais rápido possível".

O chefe da equipe jurídica que defende Ghosn, Junichiro Hironaka, descreveu hoje de "altamente incomum" a nova detenção do ex-diretor, que estava em liberdade condicional.

O executivo brasileiro "nega claramente todas as acusações", disse Hironaka, em entrevista coletiva realizada em Tóquio, onde também afirmou que a prisão é uma estratégia da promotoria para "pressionar Ghosn e tê-lo sob controle, e para impedir que fale publicamente".

Fontes da defesa confirmaram ontem à Agência EFE que Ghosn havia planejado dar, no próximo dia 11, sua primeira entrevista coletiva após deixa a prisão, onde, segundo sua conta no Twitter, disse que ele contaria "a verdade sobre o que está acontecendo".

Hironaka disse que as acusações adicionais apresentadas contra Ghosn "não são novas, mas estão relacionadas" com os crimes dos quais ele vinha sendo acusado (ocultar das autoridades milionárias compensações acordadas com a Nissan Motor, e abusar da confiança da empresa por usar seus fundos para cobrir perdas financeiras pessoais).

Esta nova detenção estaria relacionada com acusação por transferência de fundos da presidência da Nissan e Renault para uma distribuidora com sede em Omã.

Além disso, Hironaka insistiu em que "já ficou provado no tribunal" que não existe risco de fuga do ex-executivo, nem de destruição de possíveis provas, referindo-se à decisão tomada pelo tribunal competente de conceder-lhe a liberdade condicional após pagamento de fiança.

"Voltar para prender alguém que é libertado sob fiança é muito incomum, quase inédito", disse o advogado.

Acompanhe tudo sobre:Carlos GhosnNissanRenault

Mais de Negócios

Empresa cresce num mercado bilionário que poupa até 50% o custo com aluguel

Como esta administradora independente já vendeu R$ 1 bilhão em consórcios

De food truck a 130 restaurantes: como dois catarinenses vão fazer R$ 40 milhões com comida mexicana

Peugeot: dinastia centenária de automóveis escolhe sucessor; saiba quem é