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Deel, de contratações internacionais, planeja IPO

A startup americana é avaliada em US$ 12,6 bilhões e já foi investida pela Y Combinator, General Catalyst e Mubadala

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 5 de fevereiro de 2025 às 07h34.

Última atualização em 5 de fevereiro de 2025 às 10h26.

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Como tudo que a inteligência artificial toca, o setor de recursos humanos passou por uma revolução nos últimos anos. Com a digitalização dos processos e o crescimento do trabalho remoto, plataformas que facilitam a contratação global ganharam espaço.

A Deel, startup americana fundada em 2018 por Alex Bouaziz e Shuo Wang, se tornou um dos principais nomes desse mercado.

A empresa criou uma plataforma que simplifica a gestão de equipes internacionais, garantindo conformidade legal e pagamentos em mais de 150 países. Ela tem escritório no Brasil desde 2021.

Agora, com uma receita anualizada de US$ 800 milhões, a 'HR tech' Deel se prepara para abrir capital, com um IPO previsto para 2026.

Por que agora?

O movimento ocorre após uma rodada de venda secundária de ações que levantou 300 milhões de dólares e trouxe dois novos investidores de peso: a General Catalyst e o fundo soberano de Abu Dhabi, Mubadala. Com isso, a avaliação da empresa subiu para US$ 12,6 bilhões.

“Estamos nos preparando para abrir capital, possivelmente no próximo ano ou um pouco mais tarde”, afirma Alex Bouaziz, CEO e cofundador da Deel. Para isso, a empresa tem reforçado auditorias financeiras e compliance, além de trazer executivos experientes para seu conselho. As informações são da CNBC.

Como surgiu a Deel?

A ideia da Deel — não confunda com a outra americana, a gigante de notebooks Dell surgiu quando Bouaziz, um francês formado no MIT, enfrentou dificuldades ao tentar contratar talentos internacionais para seu próprio negócio. O desafio de lidar com diferentes legislações trabalhistas e sistemas de pagamento levou à criação de uma solução para simplificar o processo.

Desde então, a empresa cresceu rapidamente. Em 2019, a Deel recebeu um investimento semente de US$ 150 mil da Y Combinator, aceleradora que já investiu em empresas como Airbnb, Dropbox e Rappi. No ano seguinte, captou US$ 14 milhões em uma Série A e, pouco depois, US$ 30 milhões em uma Série B.

A aceleração veio com a pandemia, quando o trabalho remoto disparou e empresas buscaram soluções para contratar profissionais sem precisar abrir filiais no exterior. Em 2021, a Deel levantou US$ 156 milhões em uma rodada Série C, atingindo um valuation de US$ 1,25 bilhão e se tornando um unicórnio. Seis meses depois, em outubro de 2021, foi avaliada em US$ 5,5 bilhões após um novo aporte.

Hoje, a Deel tem 5 mil funcionários e permite que empresas contratem colaboradores e freelancers em diferentes países sem precisar criar uma entidade local. Além disso, oferece folha de pagamento global, gestão de benefícios, suporte jurídico e serviços financeiros.

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Desafios no caminho

Apesar do crescimento acelerado, a Deel enfrenta desafios. A empresa está sendo processada na Flórida sob a acusação de facilitar transações financeiras irregulares e violar sanções dos Estados Unidos contra a Rússia. O processo envolve supostos pagamentos ilícitos de US$ 2,27 milhões de dólares para um ex-cliente, a Surge Capital Ventures.

A Deel nega as acusações e entrou com um pedido para que o caso seja arquivado. A empresa alega que a ação faz parte de um esforço coordenado de um investidor da Rippling, uma concorrente direta, para prejudicar sua reputação.

Bouaziz minimiza os riscos e afirma estar confiante na defesa da Deel. O desfecho da ação pode influenciar a percepção do mercado e a precificação do IPO.

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