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Decretada prisão de assessor de Keiko Fujimori por caso Odebrecht

Yoshiyama atuou como secretário-geral do partido fujimorista na campanha presidencial de Keiko Fujimori

Keiko Fujimori: assessor acusado de lavagem de dinheiro (Mariana Bazo/Reuters)

Keiko Fujimori: assessor acusado de lavagem de dinheiro (Mariana Bazo/Reuters)

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AFP

Publicado em 24 de novembro de 2018 às 17h18.

Um juiz peruano decretou neste sábado (24) prisão preventiva de 36 meses e ordem de captura internacional para o empresário fujimorista Jaime Yoshiyama, acusado juntamente com a líder opositora Keiko Fujimori de lavagem de dinheiro por contribuições ilegais de campanha feitas pela empreiteira brasileira Odebrecht.

Yoshiyama atuou como secretário-geral do partido fujimorista na campanha presidencial de Keiko Fujimori em 2011, na qual disputou a vice-presidência do Peru.

Além de Yoshiyama, que se recupera em Miami (Flórida, EUA), de uma cirurgia oftalmológica, segundo seu advogado, o juiz Richard Concepción Carhuancho determinou o impedimento de saúda do país por 36 meses de Augusto Bedoya. O empresário integrou o comando de campanha e foi do círculo de confiança de Keiko nas eleições presidenciais.

A decisão do magistrado contra os dois investigados ocorreu passada a meia-noite e encerrou uma audiência de prisão preventiva iniciada em 24 de outubro.

"A prisão preventiva se torna indispensável para conjurar o risco no processo, conforme evidenciado na conduta de Yoshiyama de eludir a Justiça", declarou o juiz Concepción Carhuancho, ressaltando a presença do investigado nos Estados Unidos.

No caso de Bedoya, o juiz declarou infundado o pedido de prisão preventiva a determinou medidas cautelares.

A promotoria acusa 11 pessoas da cúpula do partido fujimorista Força 2011 (agora Força Popular), de formar "uma organização criminosa" dentro da formação para captar recursos ilícitos destinados a financiar a campanha presidencial de Keiko.

A Odebrecht, segundo declaração de seu diretor no Peru, Jorge Barata, financiou com 1,2 milhão de dólares a campanha de Keiko, fiha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000).

O promotor de lavagem de dinheiro, José Domingo Pérez, sustenta que Yoshiyama e Bedoya receberam cada um meio milhão de dólares para a campanha. Os demais 200.000 dólares, a Odebrecht destinou a um fundo comum de empresários que apoiavam Keiko.

Após esta medida judicial, sete dos 11 investigados acabaram em prisão preventiva, a começar por Keiko Fujimori, que está detida desde 31 de outubro passado.

A pedido do promotor Pérez, outro tribunal proibiu há uma semana que o ex-presidente Alan García (1985-1990 e 2006-2011) deixe o país durante 18 meses, ao ampliar as investigações do caso Odebrecht, após o que o ex-presidente entrou na embaixada do Uruguai em Lima e pediu asilo político.

O Peru é um dos países da região mais afetados pelo escândalo de corrupção da Odebrecht. A empresa admitiu ter pago propinas a autoridades peruanas na ordem de pelo menos 29 milhões de dólares a partir de 2004.

Também são investigados pela Justiça peruana no caso Odebrecht os ex-presidentes Alejandro Toledo (2001-2006), Ollanta Humala (2011-2016) e Pedro Pablo Kczynski (2016-2018).

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