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Decisão sobre venda da TIM se aproxima com peso da Vivendi

Com a maior participação da Vivendi na Telecom Italia, uma decisão sobre as operações da TIM Brasil se torna iminente


	Loja da TIM: a Telecom Italia está aberta a uma venda no Brasil se a jogada possibilitar criação de valor, dizem fontes
 (Marc Hill/Bloomberg)

Loja da TIM: a Telecom Italia está aberta a uma venda no Brasil se a jogada possibilitar criação de valor, dizem fontes (Marc Hill/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2015 às 21h37.

Paris - A Vivendi SA se tornou a maior acionista da Telecom Italia SpA. Dessa forma, a empresa ganha influência na operadora de telefonia que estuda a venda de seus negócios no Brasil e enfrenta uma concorrência mais dura em seu mercado doméstico.

A empresa francesa de mídia disse que elevou sua participação para 14,9 por cento por meio de aquisições recentes de ações e de um acordo com a Telefónica SA, substituindo a empresa de telefonia espanhola como maior investidora da Telecom Italia.

A Vivendi, comandada por Vincent Bolloré, presidente de seu Conselho de Administração, é favorável a que a Telecom Italia estude a venda de seus negócios no Brasil, disseram fontes informadas sobre o assunto na semana passada.

A venda da unidade, que tem um valor de mercado de cerca de US$ 8 bilhões, permitiria à operadora focar na Itália, onde a Vivendi está procurando ganhar força.

Embora não haja um comprador muito definido, a Telecom Italia está aberta a uma venda no Brasil se a jogada possibilitar criação de valor, disseram as fontes informadas sobre o assunto.

A TIM Participações SA é a segunda maior operadora de telefonia celular do Brasil, atrás da unidade local da Telefónica, a Vivo, e 67 por cento de seu capital acionário pertence à Telecom Italia.

O presidente da Telecom Italia, Giuseppe Recchi, disse em março que a TIM é uma empresa estratégica e que não existem planos de vendê-la.

Plano de Bolloré

O investimento da Telecom Italia é o primeiro de uma série de negócios de Bolloré, 63, para reforçar a presença da Vivendi de uma forma mais ampla no sul da Europa, disse uma fonte informada sobre o assunto.

Na Vivendi, Bolloré praticamente desmantelou o legado do ex-CEO Jean-Bernard Lévy, vendendo ativos de telecomunicações na França, no Norte da África e no Brasil, assim como a produtora de videogames Activision Blizzard Inc.

Essas vendas deram a Bolloré amplos recursos financeiros para cumprir seu objetivo declarado de reorientar a Vivendi para os setores de mídia e conteúdo.

Na Telecom Italia, a Vivendi ganha um aliado com extensas redes de banda larga e sem fio e dezenas de milhões de clientes. A Vivendi, que é dona da maior operadora de TV paga da França, a Canal Plus, disse que está buscando parceiros para ajudá-la a distribuir seus programas esportivos, séries de TV e músicas.

O investimento da Telecom Italia é uma oportunidade “para estar presente e para expandir-se em um mercado com perspectivas significativas de crescimento e um apetite muito forte por conteúdo de qualidade”, disse a Vivendi em um comunicado enviado por e-mail. “A Vivendi pretende dar apoio à Telecom Italia a longo prazo”.

Concorrência na Itália

Na Itália, onde a Telecom Italia gera cerca de 70 por cento de suas receitas, o CEO Marco Patuano está adicionando serviços para aumentar as faturas de consumo em um mercado saturado, no qual concorre com a Vodafone Group Plc e com a VimpelCom Ltd.

A empresa também enfrentará concorrência nova, da Enel SpA. A maior companhia de energia elétrica da Itália planeja expandir-se para o setor de redes de internet de banda larga.

A Telefónica disse, em comunicado separado, que havia vendido todas as ações que ainda detinha da Telecom Italia por cerca de 1,03 bilhão de euros, o que resultou em um ganho antes de impostos de cerca de 380 milhões de euros.

O motivo da saída da empresa espanhola da Telecom Italia é a dissolução de um acordo de acionistas de oito anos com um grupo de investidores financeiros.

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