JBS: "A aprovação do Cade foi muito importante. Tiramos a discussão de todas as aquisições", afirmou o presidente da empresa, Wesley Batista (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 15 de maio de 2013 às 11h23.
São Paulo - O diretor presidente da JBS, Wesley Batista, disse, nesta quarta-feira, 15, durante teleconferência com analistas e investidores, que o aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) elimina todas as discussões sobre as aquisições que a empresa fez nos últimos anos.
"A aprovação do Cade foi muito importante. Tiramos a discussão de todas as aquisições. Agora temos a certeza de que temos a maior e melhor plataforma competitiva no País e acredito que o negócio irá performar bem neste ano", afirmou o executivo.
Em 17 de abril, o Cade aprovou, por unanimidade, atos de concentração envolvendo a JBS, incluindo a compra do Bertin. A aprovação foi condicionada à assinatura de um Termo de Compromisso de Desempenho (TCD) e ao pagamento de R$ 7,4 milhões em multas e taxa processuais referentes a operações de arrendamento não informadas pelo grupo ao órgão antitruste.
Batista também comentou que a divisão de couros no Brasil tem proporcionado melhora de margem para a unidade. "Nós processamos 85% do couro. Esse negócio tem agregado valor à companhia, traz margens acima de dois dígitos para a companhia", disse.
O executivo ainda reiterou a meta da companhia em atingir um grau de alavancagem - medido pela relação entre dívida líquida e Ebitda - abaixo de 3x ao final de 2013. No trimestre anterior, Batista tinha comentado que o múltiplo poderia até ficar mais próximo dos 2,5x.
"Já veremos uma melhora na alavancagem no segundo trimestre. Porque não esperamos um aumento da necessidade de capital de giro, devido aos preços de grãos mais baratos no período, mas sim geraremos caixa de forma expressiva", comentou.
No primeiro trimestre, a empresa 'queimou' R$ 800 milhões em capital de giro, sendo R$ 250 milhões com a aquisição, arrendamento e capital de giro adicional das empresas de aves brasileiras Agrovêneto e Tramonto e R$ 550 milhões na compra de XL Foods e capital de giro das unidades no exterior.
Sobre aquisições, Batista não quis comentar qualquer interesse em algum ativo que possa ser vendido pela concorrência (a questão surgiu porque ontem a Marfrig anunciou uma série de medidas para capitalização, como a venda de ativos operacionais).
"Eu tenho dito já faz tempo que a empresa está bastante focada no negócio existente. Mas o que eu posso falar é que não estamos em nenhum momento engajado com ninguém em uma potencial aquisição", declarou.