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Decisão da fusão entre Perdigão e Sadia pode ser concluída amanhã

Julgamento do Cade será retomado, mas até o momento, companhia e órgão antitruste não chegaram a um acordo

Fusão entre Perdigão e Sadia: decisão do Cade pode sair amanhã (EXAME)

Fusão entre Perdigão e Sadia: decisão do Cade pode sair amanhã (EXAME)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 12 de julho de 2011 às 18h13.

São Paulo – O futuro da fusão entre Perdigão e Sadia pode estar a menos de 24 horas de ser decidido. Amanhã (13/7), a partir das 10 horas da manhã, conselheiros do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e representantes da Brasil Foods (BRF) podem chegar a um acordo: ou o negócio é aprovado com restrições, lógico, ou o voto do relator do caso, Carlos Ragazzo, que reprovou o negócio há cerca de um mês, é seguido pelos demais conselheiros que acompanham o processo.

É claro que sempre há a chance de um membro do Cade solicitar vistas ao processo – o que suspenderia sua votação por mais um tempo. Nesta terça-feira (12/7), a BRF afirmou, por meio de nota divulgada ao mercado, que até o presente momento nenhum acordo havia sido firmado com o Cade e que a companhia estava buscando alternativas que resultem na celebração de um termo de compromisso de desempenho referente à concentração entre Perdigão e Sadia. Ou seja, a BRF está disposta a abrir mão de alguns ativos para levar o negócio adiante. 

 
Há mais de um mês,  Ragazzo votou contra a união entre as duas companhias. Nesse meio tempo, a BRF afirmou que estava disposta a fazer qualquer tipo de acordo com o Cade a fim de garantir que o negócio fosse aprovado.  Por duas vezes, nesse período, a decisão foi adiada pelo órgão antitruste. A postura do Cade sinalizou para o mercado que o conselho estava disposto a negociar com a BRF e evitar assim que o processo virasse caso de Justiça.
 
Final não muito feliz
 
José Antônio do Prado Fay, presidente da companhia, chegou a declarar que se fosse necessário colocaria à venda um dos ativos principais da companhia: a marca Sadia ou Perdigão. A empresa assinalou também que estava disposta a vender marcas de menor relevância, fábricas e centros de distribuição que representam cerca de 20% de seu faturamento. 
 
Especialistas ouvidos por EXAME.com, na época que o negócio foi reprovado por Ragazzo, afirmaram que dificilmente a fusão entre Sadia e Perdigão não viraria um novo caso como o da Nestlé e Garoto e fosse parar na Justiça. Para a maioria deles, a união das duas companhias só se justifica desde que as marcas principais permaneçam operando. 
 
Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, desta terça-feira (12/7), a BRF havia negociado com o Cade a suspensão da marca Perdigão e a continuação da operação sem restrição da marca Sadia. A companhia disse, no entanto, que desconhece a tratativa. Somente amanhã, no entanto, o mercado saberá o desfecho dessa novela, que começou a ser escrita em maio de 2009. Não dá para prever o final, mas ao que tudo indica, ele não será muito favorável à BRF.
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