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De Magazine Luiza a Netshoes, todas querem ser marketplace

Tendência é a mesma seguida pelo varejo mundial para atender a geração do milênio, além de ser uma alternativa de redução de custo na crise


	Magazine Luiza: varejista anunciou que passaria a atuar como marketplace em novembro
 (Germano Lüders/EXAME)

Magazine Luiza: varejista anunciou que passaria a atuar como marketplace em novembro (Germano Lüders/EXAME)

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 3 de maio de 2016 às 17h30.

São Paulo – Em um shopping center do mundo real, você sabe que encontrará uma grande variedade de ofertas, com preços, marcas e qualidades díspares que garantam a concorrência.

No mundo virtual, no entanto, esses grandes centros comerciais estão sendo criados dentro do espaço de algumas das maiores varejistas do país na internet.

Há alguns meses é possível encontrar uma guitarra ou um suplemento alimentar no site do Magazine Luiza. Assim como é possível comprar um perfume ou um tênis na Dafiti. 

Ultrafarma, Cnova e Extra, do Grupo Pão de Açúcar, Netshoes e Submarino são outras que seguem pelo mesmo caminho – o de se tornarem um grande marketplace online.

A ideia do negócio é simples: ofertar para outras empresas de menor visibilidade a chance de expor seus produtos nas vitrines virtuais de varejistas de renome no país.

A vantagem para as parcerias é vender em um espaço bem visitado e com credibilidade, sem precisar pagar por um custo fixo básico necessário na abertura de uma loja física ou online.

Para as grandes empresas, o custo de manutenção do site pode ser diluído e a oportunidade de atingir e fidelizar um público novo é maior.

Negócio alternativo

A tendência é a mesma seguida pelo varejo mundial para atender a geração do milênio, os jovens que preferem comprar online a preços competitivos e buscam tudo em um só lugar.

No Brasil, há ainda um outro incentivo para a maioria das empresas investir na modalidade quase que na mesma hora: a crise econômica.

“É uma maneira de um pequeno varejista expor produtos e testar sua marca sem gastar tanto e das varejistas maiores conseguirem um público novo”, diz Patricia Cotti, diretora do Ibevar.

O custo fixo de manutenção do site, armazenamento e logística das grandes varejistas também é distribuído entre todos, nesta modalidade de varejo.

“Trata-se de um jeito mais simples de rentabilizar e manter a operação de um comércio, além de uma maneira das grandes trazerem para perto delas potenciais rivais do futuro”, acredita Patricia Prado, especialista de varejo e consumo da PwC Brasil.

A convergência do varejo de lojas únicas para espaços compartilhados já pode, inclusive, ser vista no mundo físico, com cafeterias da Stabucks na Saraiva, indica Patricia.

Quem é quem

Os riscos de misturar sua marca já consolidada a outra pouco conhecida é inerente ao negócio.

Primeiro porque para os brasileiros a ideia de comprar o produto de alguém na loja de outra pessoa e ainda muito nova. Segundo, a iniciativa é realmente moderna até para os varejistas.

“A maturação desse novo formato só virá com o tempo, mas a tendência é que a economia compartilhada veio para ficar e será comum vê-la em outras áreas”, diz Prado.

Como referência neste sentido, o maior e melhor exemplo do mundo é a Amazon. Para se proteger, a varejista deixa claro quem são os parceiros que, por sua vez, são avaliados pelas pessoas que compram.

Por aqui, as varejistas terão de pensar em algo semelhante porque há um risco de se prejudicar por um atraso de entrega de um parceiro, por exemplo, acredita Cotti.

A crença é que os menores farão tudo certo, já que eles são os mais interessados em ganhar com isso.

“Os varejos parceiros sabem que essa é uma grande chance de maturar o negócio e ganhar independência em até dois anos, com uma marca forte e clientes féis”, diz ela. 

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